domingo, 30 de outubro de 2011

Simbolismo no Brasil

                              Simbolismo no Brasil

     No início da década de 1890, no Rio de Janeiro, um grupo de jovens, insatisfeitos com a extrema objetividade e materialismo da corrente literária dominante (Realismo / Naturalismo / Parnasianismo), resolve divulgar as novas idéias estéticas vindas da França. Eram conhecidos como os decadentistas. Esse grupo formado, principalmente, por Oscar Rosas, Cruz e Sousa e Emiliano Perneta lança no jornal Folha Popular o primeiro manifesto renovador. Além desse grupo do Rio de Janeiro, outros jovens, no Ceará, funda uma sociedade literária, dedicada ao culto das excentricidades da nova arte chamada Padaria Espiritual.
     O Simbolismo, no Brasil, representa uma das épocas mais importantes de nossa história literária e cultural. Este movimento penetrou em nosso país, por intermédio de Medeiros e Albuquerque, que, desde 1891, recebia livros dos decadentistas franceses. Em 1893, Cruz e Sousa publica Missal e Broquéis, obras que definem a história do Simbolismo brasileiro.

  • Panorama histórico:
       Entre as últimas décadas do século XIX e princípios do século XX, os simbolistas conviveram num período em que o Brasil procurava conquistar sua maturidade mental e sua autonomia. Mesmo depois da independência de 1822, a Metrópole ainda continuava a exercer a sua ação colonialista. O comércio, as transações bancárias, a imprensa estavam sob o influxo da Metrópole. A primeira tentativa de autonomia deu-se com a Regência (1830-1841), mas só foi com a Proclamação da República que o Brasil separou-se definitivamente de Portugal. Esse fato levou os homens de letras do século XIX a explorar o tema do nacionalismo. A busca de “símbolos que traduzam a nossa vida social”, afirma Araripe Júnior.
   O início do movimento simbolista brasileiro é marcado por conflitos no sul do país (1893-1895): A Revolução Federalista, a Revolta da Armada.

  • Características das poesias do Simbolismo:

  1. A poesia simbolista expressa o que há de mais profundo no poeta; por isso, ele se vale de adjetivos que despertem emoções vagas, sugestivas. 
  2. A descrição é essencialmente subjetiva; é uma espécie de pretexto para identificar o poeta com o íntimo das coisas. 
  3. Os versos são musicais, sonoros e expressivos. A poesia é separada da vida social, confunde-se com a música, explora o inconsciente através de símbolos e sugestões e dá preferência ao mundo invisível. 
  4. A linguagem é evocadora, plena de elementos sensoriais: som, luz, cor, formas; há o emprego de palavras raras; o vocabulário é litúrgico, obscuro, vago. 
  5. As palavras vêm ligadas ao tema da morte. 
  6. Emprego freqüente de metáforas, analogias sensoriais, sinestesias, aliterações repetição
  7. de palavras e de versos – tudo isso confere à poesia musicalidade e poder de sugestão. 
  8.  Fusão da música, pintura e literatura.

  • Autores do Simbolismo no Brasil:
Literatura: 
  • Cruz e Souza:
     Cruz e Sousa (1862 - 1898), filho de escravos, foi amparado por uma família aristocrática, que o ajudou nos estudos. Ao transferir-se para o Rio, sobreviveu trabalhando em pequenos empregos e sempre foi alvo do preconceito racial. Na juventude, teve uma grande decepção amorosa ao apaixonar-se por uma artista branca. Acabou casando-se com Gravita, uma negra, que mais tarde ficaria louca. De quatro filhos que o casal teve, apenas dois sobreviveram. Cruz e Souza morreu com 36 anos, vítima de tuberculose. Suas únicas obras publicadas em vida foram Missal e Broquéis.
    Hoje Cruz e Souza é considerado o mais importante poeta simbolista brasileiro e um dos maiores poetas nacionais de todos os tempos. Seu valor, contudo, só foi reconhecido postumamente, depois que o sociólogo francês Roger Bastide colocou-o entre os maiores poetas do Simbolismo universal. Sua obra apresenta diversidade e riqueza. De um lado, encontram-se aspectos noturnos do Simbolismo, herdados do Romantismo: o culto da noite, certo satanismo, pessimismo, morte, etc. Principais obras: - Missal (prosa); Broquéis (poesia); Tropos e fantasias; Faróis e Últimos sonetos

  • Alphonsus de Guimaraens:

   Alphonsus de Guimaraens (1870 - 1921) nasceu em Ouro Preto, estudou Direito em São Paulo e foi durante muitos anos juiz em Mariana, cidade histórica, vizinha de Ouro Preto.
     Marcado pela morte da prima Constança - a quem amava e contava apenas 17 anos -, sua poesia é quase toda voltada ao tema da morte da mulher amada, que aconteceu apenas dois dias antes de seu casamento. Todos os outros temas que explorou, como natureza, arte e religião, estão de alguma forma relacionados àquele. A exploração do tema da morte abre ao poeta, por um lado, o vasto campo da literatura gótica ou macabra dos escritores ultra-românticos, recuperada por alguns simbolistas; por outro lado, possibilita a criação de uma atmosfera mística e litúrgica, em que abundam referências ao corpo morto, ao esquife, às orações, às cores roxa e negra ao sepultamento. Principais obras: Setenário das Dores de nossa Senhora (1899); Dona Mística (1899); Kyriale (1902) e Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923) entre outros. 


Artes Plásticas:
  •  Paul Gauguin:
      Oriundo do impressionismo, Paul Gauguin deixa-se influenciar pelas pinturas japonesas que aparecem na Europa, provocando verdadeiro choque cultural - e este artista abandona as técnicas ainda vigentes nas telas do movimento onde se iniciou, como a perspetiva, pintando apenas em formas bidimensionais. A temática alegórica passa a dominar, a partir de 1890. Ao artista não bastava pintar a realidade, mas demonstrar na tela a essência sentimental dos personagens - e em Gauguin isto levou a uma busca tal pelo primitivismo que o próprio artista abandonou a França, indo morar com os nativos da Polinésia francesa...  


                       Principal Obra: 


                                           Mulheres de Taiti na Praia, 1891, Paris



  • Gustave Moreau
     Pintor francês, filho de um arquiteto nascido no ano de 1826, em Paris. Estudou na École de Beaux Arts da mesma cidade, tendo sido aluno de Picot e de Théodore Chassériau. Lecionou posteriormente na dita escola, entre 1892 e 1898, devido à morte do seu amigo Élie        Delaunay, procurando enquanto mestre incentivar a originalidade dos alunos. Entre estes últimos contam-se figuras tão relevantes como Georges Rouault e Henri Matisse. O seu estilo é marcado pelo misticismo, por uma preferência por temas relacionados com a Antiguidade e por obras renascentistas italianas (que não é estranha à sua estadia em Itália enquanto estudante, mais propriamente na cidade de Roma, entre 1857 e 1859 e na companhia de Degas e Puvis de Chavannes), temas estes dotados de potencial emocional, expressivo e narrativo. É também patente na sua obra a influência do tratamento de paisagem de Leonardo da Vinci e das figuras de Ingres.
            
                                                           Principal obra:

                                                            A esfinge vencedora



  • Odilon Redon
     Considerado atualmente uma das maiores expressões plásticas do Simbolismo, Redon permaneceu desconhecido da crítica e do público até os 45 anos. Desde adolescente, produzia gravuras e desenhos a carvão com temas macabros e fantásticos, vinculados à vanguarda literária. Na década de 1880, porém, foi descoberto por escritores como Stéphane        Mallarmé e começou a tornar-se famoso.
À medida que sua obra era cada vez mais difundida, os jovens artistas plásticos mostraram-se sensíveis à sua nova técnica e às suas imagens visionárias, chegando a considerá-lo um líder. A partir do final do século XIX, o artista abandonou a técnica monocromática e passou a dedicar-se ao pastel e ao óleo, produzindo obras gloriosamente coloridas, de composição sempre fantástica e inusitada. 

                                              
                                         Principal obra: 
                                       Ofélia entre as flores

Grupo 4; Simbolismo no Brasil; Alunas: Thayza   n° 33
                                                                     Mariana  n° 20
                                                                     Jéssica    n°13
                                                                     Mirelli     n°26
                                                                     Isabel     n°12
                                                                     Fabiola   n°06

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