terça-feira, 28 de junho de 2011

Prosa Romântica Indianista Brasileira

     Romance Indianista – autor: Romance Indianista José de Alencar.

     O indianismo, grande tema dos romances românticos no Brasil, trazia a preocupação de valorizar as nossas origens, transformando as personagens em grandes heróis. O índio era visto como o “bom selvagem”, sempre amável, bom, bonito e muito forte.
   
     Durante a leitura dos quadros você deve ter reparado que há um nome que apareceu em todos os tipos de romance.

     José de Alencar foi o maior representante da prosa romântica no Brasil, escrevendo livros que tratavam de toda a temática do período. Escreveu romances históricos como As minas de prata, em que ao falar dos inesgotáveis recursos do Brasil, a nova terra, narra a história de um tesouro escondido que atraia imigrantes e aventureiros. Também escreveu romances regionalistas como O gaúcho, em que retrata a vida nos pampas da região sul do Brasil.

     José de Alencar produziu uma obra muito vasta, mas dados os limites do nosso curso não poderemos estudar todos os seus livros. Entre os mais conhecidos destacam-se: o romance urbano Senhora e o romance indianista Iracema.

     O romance Senhora conta a história de Aurélia e Fernando Seixas, dois jovens apaixonados que sofrem pelo poder do dinheiro, pelo jogo de interesses. Aurélia e Fernando Seixas eram namorados, mas Fernando, que era muito ambicioso a abandona para se casar com uma moça mais rica. Quando já estava preste a casar com a outra, Aurélia recebe uma herança e fica muito rica e, para vingar-se do rapaz acabou oferecendo um dote muito maior para que o rapaz se casasse com ela. Ele cheio de dívidas acaba aceitando. Mas o casamento não se consuma, na realidade viviam apenas um casamento de aparências. No final, como um bom romance romântico, Fernando Seixas consegue devolver o dinheiro do dote, Aurélia confessa que sempre o amou e os dois acabam vivendo felizes para sempre...

     Veja um fragmento de um outro conhecidíssimo livro de José de Alencar:

    “Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
     Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
    O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado....”
 
    Iracema é considerado o livro indianista mais estruturado de José de Alencar. Também pertencem a essa temática O Guarani e Ubirajara. No fragmento acima, o autor nos apresenta uma das índias mais conhecidas de toda a literatura brasileira. O nome da índia dá o título a obra e traz em si aspectos importantes:

IRACEMA ICA AMÉRICA E AMR

    Iracema é um termo de origem tupi e significa “lábios de mel” é também o anagrama da palavra América. Anagrama é a formação de uma palavra a partir da troca da posição das letras de uma primeira palavra. Iracema representava a própria América, com suas belezas virgens e riquezas e também representava o contato da nova terra com o colonizador. O livro conta a história de amor da índia Iracema e de Martin, o fidalgo português. Dessa história de amor nasce Moacir, o primeiro cearense, fruto do amor de duas raças.

     Outros nomes importantes da prosa romântica brasileira são: Joaquim Manuel de Macedoe Manuel Antônio de Almeida. A importância de Macedinho como era chamado, deve-se mais ao fato de ter sido ele o autor do marco inicial do Romantismo brasileiro.

     Segundo a crítica literária, o livro A Moreninha é uma obra ingênua e extremamente sentimental. O livro, de enredo simples, conta a história do romance de Augusto e Carolina, a Moreninha. O obstáculo à união dos dois era uma promessa de amor feita por Augusto, ainda menino a uma garota desconhecida. Depois de várias idas e vindas, o leitor descobre que Carolina era a tal menina a quem Augusto jurou fidelidade. No final os dois ficam juntos e vivem felizes para sempre...

     Já Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida é um romance em desacordo com o seu tempo. É uma obra inovadora, apresentando-se como uma verdadeira crônica de costumes. O livro conta a história de Leonardinho, considerado um anti-herói, se comparado aos heróis românticos e introduz nos romances a presença das camadas mais populares da sociedade, como os barbeiros, as parteiras, entre outros tipos.

     Embora inovador o livro não pode ser considerado como um precursor do Realismo, como o de Machado de Assis, seu realismo é ainda muito espontâneo e despretensioso.

     Ao lado da prosa romântica, nesse período temos a consolidação do teatro popular brasileiro, graças ao trabalho de Martins Pena.

     Martins Pena, em suas comédias de costumes, registrou e criticou muitos aspectos da vida brasileira da época. A linguagem simples e direta e a rapidez de suas cenas conquistaram o público. Ele preferia as comédias sobre os costumes da sociedade carioca. Era das ruas do Rio de Janeiro que surgiam seus vários tipos irônicos: as moças casadoiras, as velhas solteironas, as viúvas e os charlatões. Entre suas peças mais conhecidas está O Noviço, que até hoje é muito encenada.


                                GRUPO 04
Componentes:     Ian H. B. Ferreira, nº 11
                           Ramon Arruda Machado, nº 30
                           Iago V. S. Menezes, nº 10
                           Franklin W. D. dos Santos, nº 07
                           Bruno D. Pereira, nº 03
Tema: Prosa Romântica Indianista Brasileira

Prosa Romântica Histórica Brasileira



A prosa romântica inicia-se com a publicação do primeiro romance brasileiro, "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo. O romance brasileiro caracteriza-se por ser uma "adaptação" do romance europeu, conservando a estrutura folhetinesca européia, com início, meio e fim seguindo a ordem cronológica dos fatos.

O Romance brasileiro poderia ser dividido em duas fases: Antes de José de Alencar e Pós-José de Alencar, pois antes desse importante autor as narrativas eram basicamente urbanas, ambientadas no Rio de Janeiro, e apresentavam uma visão muito superficial dos hábitos e comportamentos da sociedade burguesa.

E com José de Alencar surgiram novos estilos de prosa romântica como os romances regionalistas, históricos e indianistas e o romance passou a ser mais crítico e realista. Os romances brasileiros fizeram muito sucesso em sua época já que uniam o útil ao agradável: A estrutura típica do romance europeu, ambientada nos cenários facilmente identificáveis pelo leitor brasileiro(cafés, teatros, ruas de cidades como o Rio de Janeiro).

O sucesso também se deve ao fato de que os romances eram feitos para a classe burguesa, ressaltando o luxo e a pompa da vida social burguesa e ocultando a hipocrisia dos costumes burgueses. Por isso pode-se dizer que, no geral, o romance brasileiro era urbano, superficial, folhetinesco e burguês.
Dentre os vários romancistas românticos brasileiros, merecem destaque:

  Joaquim Manuel de Macedo

Ver artigo principal: Joaquim Manuel de Macedo

Célebre por dar início à produção prosaica do romantismo brasileiro, Joaquim Manuel de Macedo ou Dr. Macedinho, como era conhecido pelo povo, escreveu um dos mais populares romances da literatura romântica do Brasil. O romance "A moreninha" fez um enorme sucesso dentre a classe burguesa brasileira que se sentia extremamente agradada por um novo projeto de literatura: A literatura original do Brasil. Uma literatura que continuava a seguir os padrões das histórias de amor européias tão populares entre a classe burguesa, mas que ao mesmo tempo inovava ao trazer tais histórias tão clássicas para ambientes legitimamente brasileiros que faziam os leitores identificarem os ambientes mencionados. Trata-se de um escritor que estava voltado para as narrativas urbanas e tinha como foco a cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, e a alta sociedade carioca em seus saraus e festas sociais. Seus romances em forma de folhetim, eram como as atuais telenovelas, só que escritos em epiódios num jornal. As obras de Joaquim Manuel de Macedo apresentam uma visão superficial dos hábitos e comportamentos dos jovens da época, buscando ilustrar a pompa e o luxo da alta classe capitalista, e com isso, escondendo a hipocrisia e a dissimulação da burguesia. A grande importância de sua obra é em despertar no público brasileiro, o gosto pela produção literária nacional, ambientada em cenários facilmente identificáveis. Seus romances posteriores a "A moreninha" seguem sua mesma "fórmula". Dentre as principais obras de Joaquim Manuel de Macedo estão:

* A Moreninha - É a história de um rapaz burguês que vai estudar medicina no Rio de Janeiro. Morando em uma república estudantil, Augusto, faz vários amigos, dentre eles Fabrício que o convida para veranear na Ilha de Paquetá. Augusto aceita o convite, e ele e seus amigos apostam que ele não se apaixonaria por nenhuma moça, caso o fizesse, teria de escrever romances de amor revelando sua paixão. Augusto, contra a aposta com seus amigos, inevitavelmente se apaixona por Dona Carolina, irmã de Fabrício, que recusa enamorar-se com Augusto pois em sua infância havia jurado amor eterno a um certo menino e Augusto, curiosamente, também havia jurado amor eterno e casamento a uma certa menina. Por fim, ao descobrirem que um era a paixão infantil do outro, entregam-se a esse sentimento. A pureza e discrição dos personagens, assim como a beleza de um amor pudico, conquistaram os leitores burgueses tornando esse romance um dos maiores sucessos do romantismo brasileiro.

* O Moço Loiro

  José de Alencar

Ver artigo principal: José de Alencar

José de Alencar, o Patriarca do Romantismo brasileiro
José de Alencar, o Patriarca do Romantismo brasileiro

José de Alencar é considerado o patriarca da literatura brasileira. Inaugurou novos estilos românticos e consolidou o romantismo no Brasil desenhando o retrato cultural brasileiro de forma completa e abrangente. E devido a essa visão ampla do cenário brasileiro, sua obra iniciaria um período de transição entre Romantismo e Realismo. Suas narrativas apresentam um desenvolvimento dos conflitos femininos da mulher burguesa do século XIX, já que seus romances a tinha como público alvo. Sua obra pode ser fragmentada em três categorias:

  Romances Urbanos

Romances ambientados no Rio de Janeiro, protagonizados por personagens femininos, mostravam o luxo e a pompa das atividades sociais burguesas, no entanto apresentavam uma critica sutil aos hábitos hipócritas da burguesia e seu caráter capitalista. São exemplos de romances urbanos de José de Alencar:

* Senhora - Faz crítica ao casamento por interesse, à hipocrisia, à cobiça e à soberba burguesa.
* Lucíola - Critica o fato de a burguesia, que financia a prostituição durante a noite, ter aversão às mesmas durante o dia.
* Diva - Ressalta a beleza das jovens e ricas burguesas, o virtuosismo e a pureza e, em contrapartida, critica o casamento por interesse financeiro.

  Romances Regionalistas

Narrativas que se sucedem em centros afastados da capital imperial, ou seja, histórias que acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos influenciados pela cultura européia. Apesar de José de Alencar narrar seus romances regionalistas com uma incrível fluência e suavidade, as histórias narradas são superficiais devido ao fato de que o autor não viajara para as regiões que descreveu ou sequer pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente, são romances que procuram ser mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do Brasil independente, no entanto acabam por idealizar os ambientes das tramas e limitam-se às proezas da imaginação de José de Alencar. São Exemplos de romances regionalistas de José de Alencar:

* O Gaúcho
* O Sertanejo
* O Tronco do Ipê

Romances Históricos e Indianistas

Romances que revelam a preocupação de José de Alencar em exibir o índio como herói nacional. Enquanto os autores românticos da europa retratavam o saudosismo através de menções à época medieval, no Brasil, Alencar procurou buscar na cultura indígena brasileira o passado fiel da história brasileira. Seus romances trazem uma linguagem mais original, com vocábulos do tupi, retratam o índio como símbolo de bravura, de pureza e de amor ao ambiente natural. Pode-se dizer que seus narrativas tendiam ao estilo poético por entrelaçar o caráter básico da prosa com o lirismo do gênero poético. Em resumo, suas obras utilizam o indianismo como forma de revelar um conceito mais original de brasilidade e criar um projeto de língua brasileira. Dentre as obras mais importantes de José de Alencar nesse ramo do romantismo, estão:

* O Guarani
* Ubirajara
* As Minas de Prata
* Iracema

  A Importância da Obra de José de Alencar

Considerado o mais importante escritor do Romantismo brasileiro, é ele quem consegue expressar o perfeito retrato da cultura brasileira, explorando novas vertentes da produção literária, criando e abrindo caminhos para a criação de uma literatura brasileira original, ampla e de boa qualidade. E por isso foi o autor que mais se aproximou do objetivo da escola romântica, mesclando a idealização e o sonho com um realismo sutil, valorizando os elementos naturais da cultura brasileira e o índio como figura-mãe da original cultura brasileira. Suas obras foram capazes de inspirar nos burgueses o gosto pela leitura nacional e também, de inspirar diversos autores a seguir caminhos por ele traçados, concretizando assim seu projeto nacionalista de revelar o Brasil num geral.

Gonçalves Dias – Protagonista da 1ª Geração do Romantismo

A 1ª Geração do Romantismo teve como principal escritor o maranhense Gonçalves Dias. Ele, apesar de não ter introduzido o gênero no Brasil (papel este de Gonçalves de Magalhães), foi o responsável pela consolidação da literatura romântica por aqui.

A exaltação da natureza, a volta ao passado histórico e a idealização do índio como representante da nacionalidade brasileira são temas típicos do Romantismo presentes nas obras de Gonçalves Dias. Assim, sua obra poética pode ser dividida basicamente em lírica (o amor, o sofrimento e a dor do homem romântico - “Se se morre de amor”), medieval (uso do português arcaico - “Sextilhas de frei Antão”) e nacionalista (exaltação da pátria distante - “Canção do Exílio”).

Porém, o traço mais forte da obra romântica de Gonçalves Dias é o Indianismo. Ele é considerado o maior poeta indianista brasileiro e possui em sua obra poemas como “I-Juca Pirama”, onde a figura do índio é heróica, chegando até a ficar “europeizada”.

Utilizador de alta carga dramática e lírica em suas poesias, com métrica, musicalidade e ritmos perfeitos, Gonçalves Dias se considerava uma “síntese do brasileiro”, por ser filho de pai português e mãe mestiça de índios com negros e talvez, por isso, tenha citado tanto as três raças em sua obra, todas de forma distinta.

José de Alencar – O pai dos Romances Indianistas e Urbanos

Os romances do Romantismo levaram ao leitor da época uma realidade idealizada, com a qual eles se identificaram (escapismo, fuga da realidade, típica característica do Romantismo). Entre eles, o romance indianista foi o que mais fez sucesso entre o grande público, por trazer consigo personagens idealizados, representados por índios. Estes “heróis” eram uma tentativa dos autores de simbolizar uma tradição do Brasil, o que nem sempre acontecia, devido à caracterização artificial do personagem, mais “europeizada” ainda que os indígenas de Gonçalves Dias.

José de Alencar foi o maior autor da prosa romântica no Brasil, principalmente dos romances indianistas e urbanos. Tentando estabelecer uma linguagem do Brasil, Alencar consolidou a modalidade no país e lançou clássicos como “O Guarani” e “Senhora”.

O indianismo de José de Alencar está presente no já citado “O Guarani”, além de outros clássicos como “Iracema” e “Ubirajara”. Alencar defende o estabelecimento de um “consórcio entre os nativos (que fornecem a abundante natureza) e o europeu colonizador (que, em troca, oferece a cultura, a civilização). Dessa forma, surgiu então o brasileiro. Em todo o momento, a natureza da pátria é exaltada, um cenário perfeito para um encontro simbólico entre uma índia e um europeu, por exemplo.

Já em seus romances urbanos, José de Alencar faz críticas à sociedade carioca (em especial) onde cresceu, levantando os aspectos negativos e os costumes burgueses. Nestas obras, há a predominância dos personagens da alta sociedade, com a presença marcante da figura feminina. Os pobres ou escravos são reduzidos ou quase não têm papel relevante nos enredos.

Assim é a premissa básica de histórias de Alencar como “Lucíola”, “Diva” e, claro, “Senhora”. As intrigas de amor, desigualdades econômicas e o final feliz com a vitória do amor (que tudo apaga), marcam essas obras, que se tornaram clássicos da literatura brasileira e colocaram José de Alencar no hall dos maiores romancistas da história do Brasil.

Visconde de Taunay – a originalidade do Romance Regionalista

O romance regionalista é um gênero da prosa romântica tipicamente brasileiro, completamente original. Isso se deve ao fato de não ter inspiração em modelos europeus, já que os cenários e enredos são basicamente inspirados em paisagens, costumes, valores e comportamentos típicos de pequenos proprietários de regiões brasileiras.

Assim, o autor da obra considerada como o melhor romance regionalista do Brasil, “Inocência”, Visconde de Taunay, utilizou em sua história todos os elementos que representam o regionalismo. A descrição fiel e objetiva de uma região, os confrontos entre o homem do campo ou do sertão (que possui preconceitos contra os costumes da cidade) e o homem urbano (que é liberal em relação aos costumes e subestima o homem rural) são características presentes em “Inocência”, como melhor representante do gênero regionalista.

Os personagens são aqueles clássicos do romantismo, com as mesmas emoções e o mesmo sentimentalismo só que, adaptados ao quadro regional, deslocados para um cenário diferente, que acaba interferindo em seus destinos.

O que Taunay e outros autores regionalistas pretendiam era “conquistar o espaço brasileiro”, mostrar histórias de personagens que enfrentam problemas em meio à seca e o latifúndio do nordeste, romances passados nos pampas gaúchos ou críticas à sociedade baiana da zona do Cacau. Isso tudo, na maioria das vezes, sem nem conhecer tais regiões.

Gonçalves Dias, José de Alencar e Visconde de Taunay escreveram obras diferentes umas das outras, com elementos próprios e técnicas distintas. Ainda assim, todos tinham o mesmo propósito: contribuir com a formação de uma linguagem e de uma cultura brasileira.


GRUPO 05
Componentes: Leonardo N. de Carvalho, nº 15
                           Liziane J. da S. Santos, nº 17
                           Ailton J. Neto, nº 01
                           Maykon  da R. Silva, nº 23

PROSA REGIONALISTA BRASILEIRA

INTRODUÇÃO- A originalidade do Romance Regionalista

   O romance regionalista é um gênero da prosa romântica tipicamente brasileiro, completamente original. Isso se deve ao fato de não ter inspiração em modelos europeus, já que os cenários e enredos são basicamente inspirados em paisagens, costumes, valores e comportamentos típicos de pequenos proprietários de regiões brasileiras.

    Assim, o autor da obra considerada como o melhor romance regionalista do Brasil, “Inocência”, Visconde de Taunay, utilizou em sua história todos os elementos que representam o regionalismo. A descrição fiel e objetiva de uma região, os confrontos entre o homem do campo ou do sertão (que possui preconceitos contra os costumes da cidade) e o homem urbano (que é liberal em relação aos costumes e subestima o homem rural) são características presentes em “Inocência”, como melhor representante do gênero regionalista.

    Os personagens são aqueles clássicos do romantismo, com as mesmas emoções e o mesmo sentimentalismo só que, adaptados ao quadro regional, deslocados para um cenário diferente, que acaba interferindo em seus destinos.

    O que Taunay e outros autores regionalistas pretendiam era “conquistar o espaço brasileiro”, mostrar histórias de personagens que enfrentam problemas em meio à seca e o latifúndio do nordeste, romances passados nos pampas gaúchos ou críticas à sociedade baiana da zona do Cacau. Isso tudo, na maioria das vezes, sem nem conhecer tais regiões.

    Gonçalves Dias, José de Alencar e Visconde de Taunay escreveram obras diferentes umas das outras, com elementos próprios e técnicas distintas. Ainda assim, todos tinham o mesmo propósito: contribuir com a formação de uma linguagem e de uma cultura brasileira.


ESPAÇO GEOGRÁFICO
O ambiente rústico, rural é focalizado. A atração pelo pitoresco leva o escrito romântico a pôr em evidência tipos humanos que vivem afastados do meio citadino. Isso observamos nos livros: O Cabeleira, de Franklin Távora; O Sertanejo, de José de Alencar; O Garimpeiro, A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães; Inocência, de Visconde de Taunay.

ESTILO

Narrativas que se sucedem em centros afastados da capital imperial, ou seja, histórias que acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos influenciados pela cultura européia. Apesar de José de Alencar narrar seus romances regionalistas com uma incrível fluência e suavidade, as histórias narradas são superficiais devido ao fato de que o autor não viajara para as regiões que descreveu, mas pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente, são romances que procuram ser mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do Brasil independente, o objetivo é fazer propaganda aos próprios brasileiros, expondo a diversidade do país. São Exemplos de romances regionalistas de José de Alencar:

    * O Gaúcho
    * O Sertanejo
    * O Tronco do Ipê
     -O Gaúcho

AUTORES

                                                    José de Alencar


 

José Martiniano de Alencar (Mecejana, 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1877) foi um jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro.

Formou-se em Direito, iniciando-se na atividade literária no Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane. Filho do senador José Martiniano Pereira de Alencar, irmão do diplomata Leonel Martiniano de Alencar, barão de Alencar, e pai de Augusto Cochrane de Alencar.

Características da obra de Alencar

A obra de José de Alencar pode ser dividida em dois grupos distintos

Quanto ao Espaço Geográfico

    * O sertão do Nordeste - O Sertanejo
    * O litoral cearense - Iracema
    * Fogo na babilonia
    * O pampa gaúcho - O Gaúcho
    * A zona rural - Til (interior paulista), O Tronco do Ipê (zona da mata fluminense)
    * A cidade, a sociedade burguesa do Segundo Reinado - Diva, Lucíola, Senhora e os demais romances urbanos.

Quanto a Evoluçao Historica

    * O período pré-cabralino - Ubirajara.
    * A fase de formação da nacionalidade - Iracema e O Guarani.
    * A ocupação do território, a colonização e o sentimento nativista - As Minas de Prata (o bandeirantismo) e Guerra dos Mascates (rebelião colonial).
    * O presente, a vida urbana de seu tempo, a burguesia fluminense do século XIX - os romances urbanos Diva, Lucíola, Senhora e outros.

                                                    O Sertanejo
   O sertanejo é um dos romances (e uma história didaticamente regionalista) do escritor brasileiro José de Alencar. Foi publicado em 1875.

   O romance apresenta uma prosa com personagens característicos do sertão brasileiro. A personagem principal é "Arnaldo", o narrador é o próprio atuor que conta a história do sertanejo, história que se passa no sertão de Quixeramobim, no Ceará. 


Bernardo Guimarães

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães (Ouro Preto, 15 de agosto de 1825 — 10 de março de 1884) foi um romancista e poeta brasileiro, conhecido por ter escrito o livro A Escrava Isaura.
OBRAS
    * Cantos da Solidão (1852)
    * Inspirações da Tarde (1858)
    * O Ermitão de Muquém (1858)
    * A Voz do Pajé (drama – 1860)
    * Poesias Diversas (1865)
    * Evocações (1865)
    * Poesias (volume que reúne as quatro obras de versos anteriores publicadas e mais o poema A Baia de Botafogo – 1865)
    * Lendas e Romances (contos – 1871)
    * O Garimpeiro (romance – 1872)
    * História e Tradições da Província de Minas Gerais (crônicas e novelas – 1872)
    * O Seminarista (romance – 1872)
    * O Índio Afonso (romance – 1872)
    * A Escrava Isaura (romance – 1875)
    * Novas Poesias (1876)
    * Maurício ou Os Paulistas em São João del-Rei (romance – 1877)
    * A Ilha Maldita ou A Filha das Ondas (romance – 1879)
    * O Pão de Ouro (conto – 1879)
    * Folhas de Outono (poesias – 1883)
    * Rosaura, a Enjeitada (romance – 1883)
    * O Bandido do Rio das Mortes (romance terminado em 1905 por Teresa Guimarães, mulher do autor).
    * Dança dos Ossos

 Obras não-publicadas

    * Os Inconfidentes (drama – 1865)
    * Os dois Recrutas (drama – cerca de 1870)
    * As Nereidas de Vila Rica ou As Fadas da Liberdade (drama – cerca de 1870)
    * A Catita Isaura (drama – 1876).
    * A História de Minas Gerais (encomendada pelo imperador D. Pedro II, em 1881).

 Lorbeerkranz.pngAcademia Brasileira de Letras

Bernardo Guimarães foi homenageado como patronato da cadeira 5 da ABL, que teve como fundador Raimundo Correia e na qual tiveram assento figuras exponenciais como Osvaldo Cruz e Rachel de Queiroz.

Nicolas-Antoine Taunay

Nicolas-Antoine Taunay (Paris, 10 de fevereiro de 1755 — Paris, 20 de março de 1830) foi um pintor francês que fez parte da Missão Artística Francesa, chegando ao Brasil em 1816.

Taunay iniciou estudos de pintura em 1768, com François Bernard Lépicié, e depois estudou com Nicolas Guy Brenet e Francisco Casanova. Em 1773 é aluno de Louis David na Escola de Belas Artes de Paris. No período de 1784 a 1787 permaneceu estudando em Roma como pensionista da Academia Real de Pintura. Em 1805 foi escolhido, com outros pintores, para retratar as campanhas de Napoleão na Alemanha.

Com a queda do imperador, Taunay escreve à rainha de Portugal solicitando-lhe o apoio, com o objetivo de serem contratados ele e seus companheiros, por não se sentirem seguros na França devido as persiguições políticas, e viaja com sua família para o Brasil como integrante da Missão Artística Francesa.

Chega ao Rio de Janeiro em 1816 e torna-se pintor pensionista do Reino. Integra o grupo de pintores fundadores da Academia Imperial de Belas Artes, Aiba, e em 1820 é nomeado professor da cadeira de pintura de paisagem da Academia. No ano seguinte, após desentendimentos surgidos pela nomeação do pintor português Henrique José da Silva para a direção da Aiba, retorna à França.

Seu filho Felix-Emile Taunay torna-se professor de pintura de paisagem e posteriormente diretor da Aiba, e Aimé-Adrien Taunay, o mais novo, acompanha como desenhista as expedições de Freycinet e Langsdorff.
 

Franklin Távora

João Franklin da Silveira Távora (Baturité, 13 de janeiro de 1842 — Rio de Janeiro, 18 de agosto de 1888) foi um advogado, jornalista, político, romancista e teatrólogo brasileiro.

Em 1844 transferiu-se com os pais para Pernambuco. Fez preparatórios em Goiana e Recife, em cuja Faculdade de Direito matriculou-se em 1859, formando-se em 1863. Lá viveu até 1874, tendo sido funcionário público, deputado provincial e advogado, com breve intervalo em 1873 no Pará, como secretário de governo. Em 1874, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi funcionário da Secretaria do Império.

Iniciou o romantismo de caráter regionalista no Nordeste. Uma de suas obras mais marcantes é O Cabeleira, romance passado em Pernambuco do século XVIII. Foi crítico ferrenho de outros grandes autores brasileiros, como José de Alencar.

Homenageado pela Academia Brasileira de Letras, é o patrono da cadeira 14, escolhido por Clóvis Beviláqua.
Obras
 Fase literária recifense

    * Trindade maldita (contos, 1861);
    * Os índios do Jaguaribe (romance, 1862);
    * A casa de palha (romance, 1866);
    * Um casamento no arrabalde (romance, 1869);
    * Um mistério de família (drama, 1862);
    * Três lágrimas (drama, 1870).

 Fase carioca

    * Cartas de Semprônio a Cincinato (crítica, 1871);
    * O Cabeleira (romance, 1876); Considerado um de seus melhores livros.
    * O matuto (crônica, 1878);
    * Lourenço (romance, 1878);
    * Lendas e tradições do norte (folclore, 1878);
    * O sacrifício (romance, 1879).
         
Renan Almeida,31
wislan,35

Prosa Urbana Romântica Brasileira

     O Romantismo é fruto de um complexo movimento de idéias políticas, sociais e artísticas. Esse movimento encontra, no Brasil, um clima propício ao seu desenvolvimento. O público leitor, representado por pessoas da aristocracia rural, encontra na literatura um meio de entretenimento.
     O objetivo dos primeiros jornais, no século XIX, é expandir a cultura entre os leitores médios. O jornalismo literário conta com vários adeptos. Os romances de folhetim, de crítica literária, de crônicas passam, então, a ser cultivados. Surgem cronistas importantes, entre eles José de Alencar. Dos seus folhetins, Ao Correr da Pena (1851-1855), sairão mais tarde romances urbanos como Senhora, Sonhos D'ouro, pautados em observações do autor sobre a sociedade do tempo. França Junior – o mais prestigiado cronista da época – publica seus folhetins nos jornais O Globo Ilustrado, O País, O Correio Mercantil. É preciso frisar que a difusão, em livro ou em jornal, de traduções livres, resumos de romance e narrativas populares da cultura estrangeira contribuiu bastante para a divulgação e consolidação desse novo gênero literário.
     A prosa ficcional A ficção (romance, novela e contos) se inclui entre os gêneros literários preferidos pelo Romantismo. Com o estabelecimento da corte imperial no Brasil e com o crescente desenvolvimento de alguns núcleos urbanos, o público jovem começa a tomar um certo interesse pela literatura.    É do agrado desse público leitor o romance que tenha uma história sentimental, com algum suspense e um desfecho feliz.
     O romance romântico no Brasil tem como características marcante o nacionalismo literário. Entende-se por nacionalismo a tendência em escrever sobre coisas locais: lugares, cenas, fotos, costumes brasileiros. Essa tendência contribuiu para a naturalização da literatura portuguesa no Brasil. O romance foi uma forma verdadeira de pesquisar, descobrir e valorizar um país novo.
     Nesse período do Romantismo brasileiro, a imaginação e a observação dos ficcionistas alargaram o horizonte da terra e do homem brasileiro. Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Visconde de Taunay, Bernardo Guimarães, Franklin Távora foram os expoentes máximos da ficção romântica no Brasil. A narrativa, no romance romântico, é feita em terceira pessoa. Tanto na poesia, como na ficção (exceto no teatro) a linguagem está impregnada de elementos plásticos e sonoros, de imagens e comparações; a linguagem é descritiva.
     O Romantismo no Brasil é considerado um marco importante na história da literatura brasileira, porque coincide com o momento decisivo de definição da nacionalidade, que visa a valorizar e reconhecer o passado histórico. Classificação do romance romântico brasileiro É possível agrupar os romances românticos do Brasil a partir da temática de cada um deles. Formam-se inicialmente dois grandes grupos, abordando diferentemente a corte e a província, a partir dos quais podem ser feitas algumas subdivisões:
a) Corte: urbano. Autores: Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida.
b) Província: Regionalista – autores: José de Alencar, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay, Franklin Távora. Histórico – autores: José de Alencar, Visconde de Taunay. Indianista – autores: José de Alencar.

Romance urbano

     Ambientado na corte, o romance urbano caracteriza-se pela crônica de costumes, retratando a vida social da época. A pequena burguesia é apresentada sem grande aprofundamento psicológico, visto que a sociedade brasileira, ainda pouco urbanizada, não propicia análises de suas relações sociais pouco variadas. Cenas de saraus, bailes, passeios ao campo, etc. alternam-se com complicações de caráter social e moral, como casamentos, namoros, bisbilhotices, etc.
     São romances urbanos: A Moreninha, O Moço Loiro, A Luneta Mágica, de Joaquim Manuel de Macedo; Memórias de umSargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida; Diva, Lucíola, Senhora, A Pata da Gazela, Cinco Minutos e A Viuvinha, de José de Alencar.













Joaquim Manuel de Macedo nasceu no RJ e formou-se em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, mas nunca chegou a exercer a profissão.
Em 1844 publicou "A Moreninha", seu primeiro romance. Sua carreira
seguiu um caminho totalmente diferente ao de sua profissão.

Além de escritor foi fundador da Revista "Guanabara", secretário, orador do Instituto Histórico, político, professor e preceptor dos filhos da princesa Isabel.
Macedo, que faleceu no Rio de Janeiro em 11 de abril de 1882, foi o escritor mais lido durante o final da década de 40 e início da de 50.
Isso se deu devido ao esquema usado por ele na composição dos romances. Ele atendia à expectativa do leitor burguês pois descrevia em uma linguagem simples, os costumes da sociedade carioca. Eram tramas fáceis, pequenas intrigas de amor, que sempre tinham finais felizes.




José de Alencar nasceu em 1° de maio de 1829, em Mecejana, CE, e faleceu dia 12 de dezembro de 1877, no Rio de Janeiro, RJ.
Era filho de José Martiniano de Alencar e Ana Josefina de Alencar. Desde a infância José apreciava a leitura, a vida sertaneja e a natureza, sob a influência do sentimento nativista que o pai revolucionário lhe passava.

Em companhia dos pais, viajou do Ceará à Bahia, entre os anos de 1837-38. Seguiram para o Rio de Janeiro e nessa freqüentou o Colégio de Instrução Elementar.
Foi para São Paulo em 1844, onde cursou Direito. Voltou para o Rio de Janeiro, período em que exerceu sua profissão e colaborou no Correio Mercantil, além de escrever para o Jornal do Comércio.

Foi eleito Deputado Federal pelo Ceará e Ministro da Justiça, porém não conseguiu ser Senador, sua maior ambição.
Por não alcançar seu objetivo, abandonou a política e dedicou-se somente à literatura.

Em 1856, publicou Cartas sobre a Confederação dos Tamoios, nesse mesmo ano lançou seu primeiro romance, Cinco Minutos.
Publicou, em forma de folhetins, O Guarani, no ano de 1857; essa obra lhe rendeu popularidade.

Escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, obras teatrais, poesias, crônicas, romances-poemas de natureza lendária e escritos políticos.

José de Alencar explorou em suas obras o movimento indianista.
Em 1866, Machado de Assis elogiou fervorosamente a obra Iracema, de forma que o autor sentiu-se enobrecido.

A admiração de Machado de Assis por José de Alencar era tanta que escolheu-o como patrono de sua Cadeira na Academia Brasileira de Letras.

José de Alencar se preocupou em retratar sua terra e seu povo de tal forma que muitas obras suas relatam mitos, lendas, tradições, festas religiosas, usos e costumes observados por ele, com o objetivo de dar a feição do Brasil aos seus textos.

Foi o escritor que facilitou a nacionalização da literatura no Brasil e consolidou o romance brasileiro.

No ano de 1876, Alencar vendeu tudo o que tinha e viajou para a Europa com Georgina e seus filhos, buscando tratamento para sua tuberculose.

Em 1877, Alencar morreu no Rio de janeiro, vítima da tuberculose.

Suas principais obras são:

I Romances urbanos:
- Cinco minutos (1857);
- A viuvinha (1860);
- Lucíola (1862);
- Diva (1864);
- A pata da gazela (1870);
- Sonhos d’ouro (1872);
- Senhora (1875);
- Encarnação (1893, póstumo).

II Romances históricos e/ou indianistas:
- O Guarani (1857);
- Iracema (1865);
- As minas de prata (1865);
- Alfarrábios (1873);
- Ubirajara (1874);
- Guerra dos mascates (1873).

III Romances regionalistas:
- O gaúcho (1870);
- O tronco do ipê (1871);
- Til (1872);
- O sertanejo (1875). 



Filho do tenente Antônio de Almeida e de Josefina Maria de Almeida. Seu pai morreu quando Manuel Antônio tinha dez anos de idade. Concluiu a Faculdade de Medicina em 1855, mas nunca exerceu a profissão. Dificuldades financeiras o levaram ao jornalismo e às letras.
Foi redator do jornal Correio Mercantil, para o qual escrevia um suplemento, A Pacotilha. Neste suplemento publicou sua única obra em prosa de fôlego, a novela Memórias de um Sargento de Milícias, de 1852 a 1853, em capítulos.
Pertenceu à primeira sociedade carnavalesca do Rio de Janeiro, o Congresso das Sumidades Carnavalescas, fundado em 1855.
Foi professor do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.
Em 1858, foi nomeado diretor da Tipografia Nacional. Lá, conheceu o jovem aprendiz de tipógrafo Machado de Assis.
Procurou iniciar a carreira na política. Quando ia fazer as primeiras consultas entre os eleitores, morreu no naufrágio do navio Hermes, em 1861, na costa fluminense.

 Obra

Memórias de um sargento de Milícias, de 1852, foi seu único livro. Retrata as classes média e baixa, algo muito incomum para a época, na qual os romances retratavam os ambientes aristocráticos. A experiência de ter tido uma infância pobre influenciou Manuel Antônio de Almeida no desenvolvimento de sua obra.
Escreveu também a peça de teatro Dois Amores em 1861, que foi apresentada após a sua morte, com música da Condessa Rosawadowska, sem alcançar sucesso.
Também escreveu crônicas, críticas, artigos, etc., publicadas em jornais da época e que foram reunidas em livro, em 1991, por Bernardo de Mendonça a partir da pesquisa de fontes primárias, a começar pelo jornal Correio Mercantil, do Rio de Janeiro. A Obra Dispersa de Manuel Antônio de Almeida reúne não só a colaboração dispersa em jornais e a opereta Dois Amores, mas três antologias complementares: a correspondência ativa, descoberta entre os recentes anos 50 e 60, dirigida a Quintino Bocaiuva, Francisco Ramos da Paz e José de Alencar; os depoimentos de contemporâneos, como Francisco Otaviano, Machado de Assis, Augusto Emilio Zaluar, Felix Ferreira, Joaquim Manuel de Macedo; e, por fim, uma mostra das hesitações críticas nas leituras pré-modernistas das Memórias de Um Sargento de Milícias.
 Alunas: Karina Araújo. nº 14 e Marisa Silva nº 21. ( grupo 6).

segunda-feira, 20 de junho de 2011

FICHAMENTO:

Livro: Amor de Perdição – Camilo Castelo Branco

1) A obra
a) Em que ano a obra foi publicada?
b) A que fase pertence Amor de Perdição?
c) Onde Camilo se encontrava quando escreveu Amor de Perdição?
d) Por que o autor aí estava?
e) Qual a origem da história de Amor de Perdição?
f) Qual a recepção desse romance entre os leitores da época?
2) O enredo
a) O romance possui um tema particularmente romântico: o amor proibido. Que personagens vivem esse drama?
b) Qual o motivo dessa proibição?
c) Qual a origem dos problemas entre elas?
d) Tadeu Albuquerque, para impedir que Teresa casasse com Simão, tentou forçá-la a quê?
e) Diante da recusa de Teresa, qual a atitude de seu pai?
f) Simão, que estudava em Coimbra, voltou para Viseu às escondidas para não despertar a fúria de seu pai e também para não agravar ainda mais a situação de Teresa. Onde se hospedou Simão?
g) Ao longo do romance, Simão sempre foi amparado por João da Cruz e sua filha, Mariana. Que razões eles tinham para isso?
h) Que particularidade do romance permite, até certo ponto, classificá-lo como romance epistolar?
i) Que fato importantíssimo para o desenrolar do romance ocorreu quando Teresa era levada do Convento de Viseu para o de Monchique?
j) Após esse episódio, o que aconteceu a Simão?
l) Qual o desfecho da novela?
3) O espaço e o tempo da narrativa
a) Onde transcorrem os fatos narrados no romance?
b) A ação se passa em que época?
c) Os fatos são narrados em sequência cronológica? Justifique sua resposta.
4) Os personagens
a) Personagens => Protagonistas / Antagonistas / Secundários.
b) O autor faz dois retratos de Simão, bem diferenciados entre si. Indique as características desses dois retratos e qual o motivo dessa transformação?
c) Como é feita a caracterização de Teresa?
d) Comente: Teresa e Mariana se igualam pelo amor ao mesmo homem; no entanto, há uma profunda distinção social entre elas.
e) Que traço de João da Cruz mostra-o como homem rústico e popular?
f) Por que Baltasar Coutinho representa o grande vilão da novela?
5) O narrador
a) Em que pessoa a novela foi escrita?
b) Indique e caracterize o tipo de narrador presente na obra.
c) O narrador mantém-se impessoal ou interfere na narrativa?
d) É possível dizer que existe adesão do narrador a certos personagens?  

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Desculpem o atraso/ Teatro Romântico brasileiro

Teatro Romântico Brasileiro
Assim como na música e na literatura os temas do cotidiano, o individualismo, o nacionalismo e a religiosidade também aparecem na dramaturgia brasileira do século XIX. Em 1838, é encenada a primeira tragédia de Gonçalves de Magalhães: Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição. Também podemos destacar a peça O Noviço de Martins Pena.
Desde a Independência, em 1822, um exacerbado sentimento nacionalista tomou conta das nossas manifestações culturais. Este espírito nacionalista também atingiu o teatro. No entanto, a literatura dramática brasileira ainda era incipiente e dependia de iniciativas isoladas. Muitas peças, a partir de 1838, foram influenciadas pelo Romantismo, movimento literário em voga na época. O romancista Joaquim Manuel de Macedo destacou alguns mitos do nascente sentimento de nacionalidade da época: o mito da grandeza territorial do Brasil, da opulência da natureza do país, da igualdade de todos os brasileiros, da hospitalidade do povo, entre outros. Estes mitos nortearam, em grande parte, os artistas românticos desse período.
Na primeira metade do século XIX. No reinado de D. Pedro I, surge o primeiro grande ator brasileiro, João Caetano dos Santos. No ano seguinte, ''O juiz de paz na roça'' revela Luís Carlos Martins Pena, cujas comédias fazem uma crítica bem-humorada da sociedade da época.
Os dramas ''Leonor de Mendonça'', de Antônio Gonçalves Dias, e ''Gonzaga'' ou ''A revolução de Minas'', de Antônio Castro Alves; e as comédias ''A torre em concurso'', de Joaquim Manuel de Macedo, e ''O demônio familiar'', de José de Alencar, vêm ampliar o repertório nacional.



João Caetano (1808-1863) é considerado o primeiro grande ator brasileiro. Especializado em papéis dramáticos, trabalha em peças de autores como Victor Hugo, Shakespeare, Alexandre Dumas Filhos e Molière. Sua montagem de ''Antônio José'' ou ''O poeta e a Inquisição'' (1838), de Gonçalves de Magalhães, dá início a um teatro com temas e atores brasileiros. No livro ''Lições Dramáticas'' reflete sobre a arte de representar.




Luís Carlos Martins Pena (1815-1848) nasce no Rio de Janeiro, de família pobre. Torna-se diplomata, chegando a Adido em Londres. Utiliza com maestria a linguagem coloquial e faz rir com situações engraçadas envolvendo pessoas do interior em contato com a corte em peças como ''O juiz de paz da roça'', ''Um sertanejo na corte'' e ''A família e a festa na roça''. É o primeiro dramaturgo importante do cenário brasileiro e um dos primeiros a retratar o princípio da urbanização do país. (ao topo)
A tragédia Antônio José ou O poeta e a inquisição escrita pôr Gonçalves de Magalhães (1811-1882) e levada à cena pôr João Caetano (1808-1863), a 13 de março de 1838, no teatro Constitucional Fluminense, foi o primeiro passo para a implantação de um teatro considerado brasileiro.
No mesmo ano, a 4 de outubro, foi representada pela primeira vez a comédia O juiz de paz da roça, de Martins Pena (1815-1848), também no teatro Constitucional Fluminense pela mesma companhia de João Caetano. A peça foi o pontapé inicial para a consolidação da comédia de costumes como gênero preferido do público. As peças de Martins Pena estavam integradas ao Romantismo, portanto, eram bem recebidas pelo público, cansado do formalismo clássico anterior. O autor é considerado o verdadeiro fundador do teatro nacional, pela quantidade - em quase dez anos, escreveu 28 peças - e qualidade de sua produção. Sua obra, pela grande popularidade que atingiu, foi muito importante para a consolidação do teatro no Brasil.

Obras de Jose de Alencar



O Demônio familiar-comédia
Mãe-drama
Versos e reversos-comédia
As Assas de um anjo

Grupo 8:Maxímino de S. Santos N°:22
               Guilherme P. Gomes    N°:8
               Ana Carla 

segunda-feira, 6 de junho de 2011


        Terceira Geração Romântica brasileira
       Também conhecida como geração condoreira é caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as lutas internas da segunda metade do reinado de D. Pedro II. Marcada pelo aprofundamento do espírito nacionalista, do liberalismo e da poesia social e libertária, essa geração sofreu intensamente a influência de Victor Hugo e de sua poesia político-social, daí é conhecida como geração Hugoana. O termo condoreirismo é consequência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor, uma ave que consegue voar acima da Cordilheira dos Andes, assim como eram os ideais dessa geração. Os poetas condoreiros tinham ideais tão elevados que, semelhantes ao vôo da ave,podiam alcançar grandes alturas.
 Escritores participantes
      Participaram da terceira geração os escritores : Pedro Luís, Pedro Calasãs, Sousândrade – até certo ponto - , Fagundes Varela , mas seu principal representante foi Castro Alves.
 Castro Alves: a linguagem da paixão
      Castro Alves (1847-1871) nasceu na Bahia e estudou direito em Recife e São Paulo e em 1871 voltou a Bahia onde morreu. Ele tinha como temas principais: a escravidão, a república e o amor erótico.
       Sua obra representa, na evolução da poesia romântica brasileira, um momento de maturidade e de transição.Maturidade em relação a certas atitudes ingênuas das gerações anteriores, como a idealização amorosa e o nacionalismo ufanista ,substituídas por posturas mais críticas e realistas ;transição porque a perspectiva mais objetiva e crítica com que via a realidade apontava para o movimento literário subseqüente, o Realismo, que  muito predominava na Europa.
      Castro Alves cultivou a poesia lírica e social, de que são exemplos as obras Espumas Flutuantes e A Cachoeira de Paulo Afonso; a poesia épica , em Os escravos;e o teatro , em Gonzaga e a Revolução de Minas.





A Poesia Lírica
      Embora a lírica amorosa de Castro Alves ainda contenha um ou outro vestígio de amor platônico e da idealização da mulher,de modo geral ela representa um avanço
Decisivo na tradição poética brasileira,por ter abandonado tanto o amor convencional e abstrato dos clássicos quanto o amor cheio de medo e culpa dos românticos.
     Em vez de ‘virgem pálida’, a mulher nos poemas de Castro Alves é quase sempre um ser corporificado e,mais que isso, participa ativamente do envolvimento amoroso .E o amor é uma experiência viável,concreta,capaz de trazer tanto a felicidade e o prazer como a dor.Portanto,o conteúdo da lírica do poeta é uma espécie de superação da fase adolescente do amor para uma objetividade maior,prenunciando o Realismo. Como  exemplo temos o poema ‘’Adormecida’’ na antologia .
Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!
"Virgem! tu és a flor da minha vida!..."



O erotismo na poesia de Castro Alves :
     Um exemplo do erotismo existente em alguns poemas de Castro Alves.Estes versos são do poema ‘’Beijo eterno’’:
Diz tua boca:’’Vem!’’
Inda mais! Diz a minha ,a soluçar...Exclama
Todo o meu corpo que o teu corpo chama:
‘’Morde também!’’
Ai!Morde!que doce é a dor
Que me entras as carnes , e as tortura!
Beija mais!morde mais!que eu morra de ventura,
Morto por teu amor!
A poesia social
      Talvez seja Castro Alves o primeiro grande poeta social brasileiro .Como poucos,soube conciliar as ideias de reforma social com os procedimentos específicos da poesia ,sem permitir que sua obra fosse um mero panfleto político.
     Comparando Castro Alves e Álvares de Azevedo – principal poeta da segunda geração-, percebemos pontos comuns entre eles.O primeiro ,ao tratar do desequilíbrio entre o eu e o mundo,revela um desejo latente de transformação da realidade,com a qual não consegue integrar-se,enquanto o segundo também mostra desejo de transformação,porém faz uma tomada de posição :na sua poesia , tanto lírica quanto social, há a conciência dos problemas humanos e a busca para solucioná-los.
     Desse modo ,em vez de apresentar uma visão idealizada e ufanista da pátria ,Castro Alves retrata o lado feio e esquecido pelos primeiros românticos: a escravidão dos negros,a opressão e a ignorância do povo brasileiro.
     A linguagem usada por Castro Alves para defender seus ideais liberais é grandiosa, com gosto acentuado pelas hipérboles e por espaços amplos,como o mar,o céu,o infinito,o deserto.Nela tudo supera a altitude bem-comportada e superficial de um Casimiro de Abreu e busca o vôo alto ou o mergulho profundo.
      Trazendo inovações de forma e conteúdo,a linguagem poética de Castro Alves pronúncia a perspectiva crítica e a objetividade do Realismo, movimento literário da década seguinte.Apesar disso, é uma linguagem essêncialmente romântica,porque afinada com o projeto liberal do Romantismo brasileiro e bastante carregada emocionalmente,beirando os limites da paixão.


 ‘’ O Navio Negreiro’’
      O poema épico-dramático ‘’ o navio negreiro’’ integra a obra Os Escravos e ao lado de ‘Vozes d’África’’, da mesma obra ,constitui uma das principais realizações poéticas de Castro Alves.
      O tema de ‘’O Navio Negreiro’’ é a denúncia da escravização e do transporte de negros para o Brasil.Quando o poema foi escrito , em 1868,já fazia dezoito anos que vigorava a Lei Eusébio de Queirós,que proibia o tráfico de escravos,, mas a escravidão no país persistia.
      Portanto, sem a preocupação de escrever sobre a realidade imediata,Castro Alves faz uma recriação poética das cenas dramáticas do transporte de escravos no porão dos navios negreiros.Para isso valeu-se em grande parte dos relatos dos escravos com quem conviveu,na Bahia,quando menino.

O baiano Caetano Veloso criou uma música para o poema 'O Navio Negreiro' e canta-o, em estilo rap, juntamente com Maria Bethânia.

Caetano confere atualidade ao poema de Castro Alves ao aproximá-lo rap,gênero musical cultivado geralmente na periferia das grandes cidades por negros e por outros grupos socialmente excluídos.
O cruzamento do poema com rap parece lembrar que os problemas de opressão e miséria social vividos pelos negos no século XIX,com algumas diferenças,continuam os mesmos.





( Resuminho )
Terceira Geração do Romantismo
 - Condoreira 
 - Poesia social 
 - Republicana 
 - Abolicionista 
 - Desejo de liberdade 
 - Arte voltada para as camadas baixas da população
Poeta Maior: 
 Castro Alves



                                                      Grupo 3 : Henry Richard                Nº 09
                                                                         Lucas da Silva                Nº18
                                                                         Lucas dos Santos         Nº19                                                                                                            
                                                                         Nayara Gonçalves         Nº27                                                                                    
                                                                         Viviane Vitoria                Nº34

Segunda Geração da Poesia Romântica Brasileira

                 Poesia Romântica Brasileira- Segunda Geração
                                        (Literatura Brasileira)


          A segunda geração romântica dos poetas brasileiros é cometida pela mesma  crise existente da geração ultra-romântica portuguesa. Um emocionalismo excessivo e derramado, o tédio, a melancolia, o desespero são as marcas  da poesia dos meados do século. A inadaptabilidade  à vida e à sociedade conduz a todas as formas de escapismo , às fantasias, ao sonho e ao culto da morte. . A atitude mórbida do Ultra-Romantismo nos permite falar, também no brasil, em um "mal do século".


             Década de 8140 e 1850
                 Ultra-Romantismo- Escapismo e Pessimismo

  • Mal do século
  • Excessos do subjetivismo e do Emocionalismo  Romântico
  • Irracionalismo 
    Principais autores: 

  • Junqueria Freire




         É o autor mais angustiado  do ultra-romantismo. Aos dezoito anos, na tentativa de solucionar uma crise moral, tornou-se monge beneditino, mas, inadaptável à vida religiosa, abandonou convento em 1854. Morreu do coração aos vinte e três anos. Sua obra poética, composta de dois livros, reflete as condições e atribuições de sua vida: Inspirações do Claustro e Contradições poéticas.


Inspirações do claustro (trechos)
"Aqui – já era noite... eu reclinei-me
Nas moles formas do virgíneo seio:
Aqui – sobre ela eu meditei amores
Em doce devaneio.

Aqui – inda era noite... eu tive uns sonhos
De monstruosa, de infernal luxúria:
Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros
Em amorosa fúria...

Aqui – era manhã... via-a sentada
Sobre o sofá – voluptuosa um pouco:
Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros
Alucinado e louco.
...
Aqui – oh quantas vezes! ... eu a tive
Unida a mim – a derreter-se em ais:
Aqui – ela ensinou-me a ter mais vida,
Sentir melhor e mais.

Aqui – oh quantas vezes!... eu a tive
Em acessos de amor desfalecida!
Lasciva e nua – a me exigir mais gostos 


Por sobre mim caída!"
  • Casimiro de Abreu

          É um dos tantos poetas vitimados pela vida boêmia e pela tuberculose no século XIX. Produziu a poesia mais ingênua- às vezes quase infantil- do ultra-romantismo; seus remas mais frequentes são a saudade, a infância, a familia, o amor platônico- e o medo do amor. Sempre muito sentimental, é dominado pelo pessimismo nos dois últimos anos de sua vida. Sua obra lírica está reunida no volume As Primaveras, puplicadas em 8159.         



AS PRIMAVERAS 
Falo a ti - doce virgem dos meus sonhos,  
Visão dourada dum cismar tão puro,  
Que sorrias por noite de vigília  
Entre as rosas gentis do meu futuro.  
Tu m’inspiraste, oh musa do silêncio,  
Mimosa flor de lânguida saudade!  
Por ti correu meu estro ardente e louco  
Nos verdores febris da mocidade.  
Tu vinhas pelas horas das tristezas  
Sobre o meu ombro debruçar-te a medo.  
A dizer-me baixinho mil cantigas,  
Como vozes sutis dalgum segredo !  
Por ti eu me embarquei, cantando e rindo,  
- Marinheiro de amor - no batel curvo,  
Rasgando afouto em hinos d’esperança  
As ondas verde-azuis dum mar que é turvo.  
Por ti corri sedento atrás da glória;  
Por ti queimei-me cedo em seus fulgores;  
Queria de harmonia encher-te a vida,  
Palmas na fronte - no regaço flores !  
Tu, que foste a vestal dos sonhos d’ouro,  
O anjo-tutelar dos meus anelos,  
Estende sobre mim as asas brancas...  
Desenrola os anéis dos teus cabelos !  
Muito gelo, meu Deus, crestou-me as galas !  
Muito vento do sul varreu-me as flores !  
Ai de mim - se o relento de teus risos  
Não molhasse o jardim dos meus amores !  
Não te esqueças de mim ! Eu tenho o peito  De santas ilusões, de crenças cheio !  
- Guarda os cantos do louco sertanejo  
No leito virginal que tens no seio !  
Podes ler o meu livro: - adoro a infância,  
Deixo a esmola na enxerga do mendigo,  
Creio em Deus, amo a pátria, e em noites lindas  
Minh’alma - aberta em flor - sonha contigo.  
Se entre as rosas das minhas - Primaveras -  
Houver rosas gentis, de espinhos nuas;  
Se o futuro atirar-me algumas palmas,  
As palmas do cantor - são todas tuas !  
Agosto 20 - 1859.
  • Álvares de Azevedo 



         Álvares de Azevedo produziu a literatura mais consistente do ultra-romantismo, embora tenha tido, como seus colegas de geração,  uma vida muito curta(foi vitimado pela tuberculose e por  um tumor na fossa ilíaca, causado por uma queda de cavalo). Toda sua obra escrita entre 1848 e 1852, período em que estudou na Faculdade de Direito de São Paulo, foi publicada postumamente e deu mostras de evolução artística do poeta.
        Sua criação poética foi reunida nos livros: Lira dos Vinte anosPoema do Frade ; Conde Lopo;  Livro de Era Gonticário. Os Contos, em  Noite na Tavena. escreveu também uma peça de teatro, Macário.
                                          Lira dos Vinte Anos  (trechos)
Lembrança de Morrer 
(...) Como o desterro de minh’alma errante, 
Onde fogo insensato a consumia: 
Só levo uma saudade – é desses tempos 
Que amorosa ilusão embelecia. 
Só levo uma saudade – é dessas sombras 
Que eu sentia velar nas noites minhas ... 
De ti, ó minha mãe, pobre coitada 
Que por minha tristeza te definhas! 
De meu pai... de meus únicos amigos, 
Poucos – bem poucos – e que não zombavam 
Quando, em noites de febre endoudecido, 
Minhas pálidas crenças duvidavam. 
Se uma lágrima as pálpebras me inunda, 
Se um suspiro nos seios treme ainda, 
É pela virgem que sonhei... que nunca 
Aos lábios me encostou a face linda! 
Só tu à mocidade sonhadora 
Do pálido poeta deste flores... 
Se viveu, foi por ti! e de esperança 
De na vida gozar de teus amores. (...)
 



                                         Ultra-Romantismo- 2ª Geração

                                                            
 
 


Grupo 2:    Mirelli G. Nunes, nº 26
                   Mariana M. de Oliveira, nº 20
                   Thayza de Jesus Gomes, nº 33
                   Jéssica A. do Nascimento, nº 13
                    Fabíola da C. E. Diniz, nº 06