quarta-feira, 28 de setembro de 2011

REALISMO - NATURALISMO / SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

Estudos Fisiológicos de Claude Bernard

Claude Bernard, fisiologista francês (Saint-Julien, Ródano, 1813- Paris, 1878). O trabalho de Bernard constituiu a fundação da moderna fisiologia experimental. A sua carreira experimental é baseada em duas investigações: por um lado o estudo químico e fisiológico da digestão gástrica e por outro, a secção experimental dos nervos.
Os primeiros trabalhos mais importantes de Claude Bernard foram a fisiologia da digestão, particularmente sobre o papel do pâncreas exócrino, do suco gástrico e dos intestinos. O estudo do metabolismo também foi um dos seus principais campos de pesquisa, tendo Bernard contribuído poderosamente para a compreensão do mecanismo da glicogênese no fígado. Bernard também recebeu crédito por mais duas importantes realizações científicas: a descoberta do fenômeno de vasodilatação e vasoconstricção e seu controle pelos nervos vasomotores, e o estudo do efeito do curare no sistema neuromuscular. Além dessas, Bernard também fez outras contribuições importantes para as neurociências, tais como o estudo de nervos sensoriais, da corda timpânica e do líquido cefalorraquidiano. Dez anos após graduar-se em medicina, ele obteve de forma brilhante o título de doutor em ciências, com seus estudos sobre a fisiologia do fígado.
Claude Bernard foi o responsável por uma descoberta revolucionária quanto ao entendimento dos princípios fundamentais da vida orgânica, o qual continua válido até hoje. É o conceito de homeostase, ou da estabilidade controlada do ambiente interno, composto pelas células e tecidos. Ele propôs que a "fixidez do ambiente interno é a condição para a vida livre", e explicou que:
"O corpo vivo, embora necessite do ambiente que o circunda, é, apesar disso, relativamente independente do mesmo. Esta independência do organismo com relação ao seu ambiente externo deriva do fato de que, nos seres vivos, os tecidos são, de fato, removidos das influências externas diretas, e são protegidos por um verdadeiro ambiente interno, que é constituído, particularmente, pelos fluidos que circulam no corpo.”
Na segunda metade do século, a visão que as células eram os blocos de construção fundamentais da estrutura e função do organismo era relativamente nova, e era proposta por cientistas como o patologista Rudolf Virchow, e os neuroanatomistas Camilo Golgi e Ramon y Cajal. Claude Bernard adicionou a isso o componente do pensamento fisiológico, completando a doutrina celular. As prolíficas investigações experimentais de Claude Bernard também foram responsáveis pela descoberta da correlação entre a atividade nervosa e o controle do meio interno através do metabolismo, da circulação e da respiração, introduzindo, desta forma, o conceito revolucionário (para a época) das alças de controle por retroalimentação, ou de como certos sistemas fisiológicos funcionam como dispositivos homeostáticos. Esse conceito deu origem, cem anos depois à cibernética, ou à ciência dos sistemas de controle.

Filosofia Positivista, de Augusto Comte

Positivismo: (Augusto Comte, 1789-1857) o conhecimento só é válido quando comprovado cientificamente. Evolução do pensamento humano. Tese que acreditava que o homem estava entrando no terceiro ciclo de sua evolução, o ciclo "positivo" da era cientifica.

A filosofia positivista

A filosofia positivista de Comte nega que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e pesquisa suas leis, vistas como relações abstratas e constantes entre fenômenos observáveis.
Adotando os critérios histórico e sistemático, outras ciências abstratas antes da Sociologia, segundo Comte, atingiram a positividade: a Matemática, a Astronomia, a Física, a Química e a Biologia. Assim como nessas ciências, em sua nova ciência inicialmente chamada de física social e posteriormente Sociologia, Comte usaria a observação, a experimentação, da comparação e a classificação como métodos - resumidas na filiação histórica - para a compreensão (isto é, para conhecimento) da realidade social. Comte afirmou que os fenômenos sociais podem e devem ser percebidos como os outros fenômenos da natureza, ou seja, como obedecendo a leis gerais; entretanto, sempre insistiu e argumentou que isso não equivale a reduzir os fenômenos sociais a outros fenômenos naturais (isso seria cometer o erro teórico e epistemológico do materialismo): a fundação da Sociologia implica que os fenômenos sociais são um tipo específico de realidade teórica e que devem ser explicados em termos sociais.
Em 1852 Comte instituiu uma sétima ciência, a Moral, cujo âmbito de pesquisa é a constituição psicológica do indivíduo e suas interações sociais.
Pode-se dizer que o conhecimento positivo busca "ver para prever, a fim de prover" - ou seja: conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser humano possa melhorar sua realidade. Dessa forma, a previsão científica caracteriza o pensamento positivo.
O espírito positivo, segundo Comte, tem a ciência como investigação do real. No social e no político, o espírito positivo passaria o poder espiritual para o controle dos "filósofos positivos", cujo poder é, nos termos comtianos, exclusivamente baseado nas opiniões e no aconselhamento, constituindo a sociedade civil e afastando-se a ação política prática desse poder espiritual - o que afasta o risco de tecnocracia (chamada, nos termos comtianos, de "pedantocracia").
O método positivo, em termos gerais, caracteriza-se pela observação. Entretanto, deve-se perceber que cada ciência, ou melhor, cada tipo de fenômeno tem suas particularidades, de modo que o método específico de observação para cada fenômeno será diferente. Além disso, a observação conjuga-se com a imaginação: ambas fazem parte da compreensão da realidade e são igualmente importantes, mas a relação entre ambas muda quando se passa da teologia para a positividade. Assim, para Comte, não é possível fazer ciência (ou arte, ou ações práticas, ou até mesmo amar!) sem a imaginação, isto é, sem uma ativa participação da subjetividade individual e por assim dizer coletiva: o importante é que essa subjetividade seja a todo instante confrontada com a realidade, isto é, com a objetividade.
Dessa forma, para Comte há um método geral para a ciência (observação subordinando a imaginação), mas não um método único para todas as ciências; além disso, a compreensão da realidade lida sempre com uma relação contínua entre o abstrato e o concreto, entre o objetivo e o subjetivo. As conclusões epistemológicas a que Comte chega, segundo ele, só são possíveis com o estudo da Humanidade como um todo, o que implica a fundação da Sociologia, que, para ele, é necessariamente histórica.
Além da realidade, outros princípios caracterizam o Positivismo: o relativismo, o espírito de conjunto (hoje em dia também chamado de "holismo") e a preocupação com o bem público (coletivo e individual). Na verdade, na obra "Apelo aos conservadores", Comte apresenta sete definições para o termo "positivo": real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático.
"A gênese do Positivismo ocorreu no século XIX, num momento de transformações sociais e econômicas, políticas e ideológicas, tecnológicas e científicas profundas decorrentes da consolidação do capitalismo, enquanto modo de produção, através da propagação das atividades industriais na Europa e outras regiões do mundo. Portanto, o “século de Comte” e sua amada França mergulharam de corpo e alma, numa “deusa” chamada razão, colocando sua fé numa “Nova Religião”, caracterizada pela junção entre a ciência e a tecnologia, tidas como a panacéia da humanidade, no contexto da expansão, pelo Globo, do Capitalismo Industrial."
 

Evolucionismo, de Charles Darwin

Evolucionismo: (Charles Darwin, 1809-1882) defende a tese de o homem descende dos animais inferiores.
A Teoria da Evolução é fruto de pesquisas, ainda em desenvolvimento, iniciadas pelo legado deixado pelo cientista inglês Charles Robert Darwin e pelo naturalista britânico Alfred Russel Wallace.
Em suas pesquisas, ocorridas no século XIX, Darwin procurou estabelecer um estudo comparativo entre espécies aparentadas que viviam em diferentes regiões. Além disso, ele percebeu a existência de semelhanças entre os animais vivos e em extinção. A partir daí, concluiu que as características biológicas dos seres vivos passam por um processo dinâmico em que fatores de ordem natural seriam responsáveis por modificar os organismos vivos. Ao mesmo tempo, ele levantou a ideia de que os organismos vivos estão em constante concorrência e, a partir dela, somente os seres melhores preparados às condições ambientais impostas poderiam sobreviver.
Por perceber que se tratava de descobertas polêmicas, e que contrariavam ideias consideradas absolutas, como a de que as espécies eram imutáveis, Darwin teve receio em divulgá-las. Wallace, que admirava de longe o prestígio do famoso naturalista, enviou a ele alguns de seus escritos acerca de ideias que estava desenvolvendo. Surpreendentemente, ambos estavam estudando o mesmo fenômeno - constatação esta que encorajou Darwin a abrir mão de seu segredo e publicar, juntamente com Wallace, suas descobertas, em 1858.

Contando com tais premissas, esta teoria afirma que o homem e o macaco possuem uma mesma ascendência, a partir da qual estas e outras espécies se desenvolveram ao longo do tempo. Contudo, isso não quer dizer, conforme muitos afirmam, que Darwin supôs que o homem é um descendente do macaco. Em sua obra, A Origem das Espécies, ele sugere que o homem e o macaco, em razão de suas semelhanças biológicas, teriam um mesmo ascendente em comum.

A partir dessas afirmações e dispondo de outras áreas da ciência, como a Genética e a Biologia Molecular, vários membros da comunidade científica, ao longo dos anos, se lançaram ao desafio de compreender o processo de variação e adaptação de populações ao longo do tempo, e o surgimento de novas espécies a partir de outra preexistente.
No dia a dia, costumamos nos referir à expressão "teoria" como sendo algo superficial, simplório, uma especulação. Entretanto, nas investigações científicas, o termo se refere a uma hipótese confirmada por inúmeras experimentações, com alto grau de precisão, durante muito tempo. Assim, estas são dignas de bastante credibilidade.

Teoria Determinista, de Hippolyte Taine

Determinismo: (Hippolyte Taine, 1825-1893) o meio social, a raça e o momento em que vive determinam o comportamento do homem.
"O Método de Taine consistia em fazer história e compreender o homem à luz de três fatores: meio ambiente, raça e momento histórico. Estas teorias foram aplicadas no movimento artístico realista."


Grupo: Caroline T. M. Queiros,  nº 04             Danilo M. Borges,            nº 05             Milaine P. da Silva,           nº 25             Nicholas R. Miranda,       nº 28             Paloma F. Pfaff,                 nº 29 
            Maxímino de S. Santos,  nº 22

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