terça-feira, 28 de junho de 2011

PROSA REGIONALISTA BRASILEIRA

INTRODUÇÃO- A originalidade do Romance Regionalista

   O romance regionalista é um gênero da prosa romântica tipicamente brasileiro, completamente original. Isso se deve ao fato de não ter inspiração em modelos europeus, já que os cenários e enredos são basicamente inspirados em paisagens, costumes, valores e comportamentos típicos de pequenos proprietários de regiões brasileiras.

    Assim, o autor da obra considerada como o melhor romance regionalista do Brasil, “Inocência”, Visconde de Taunay, utilizou em sua história todos os elementos que representam o regionalismo. A descrição fiel e objetiva de uma região, os confrontos entre o homem do campo ou do sertão (que possui preconceitos contra os costumes da cidade) e o homem urbano (que é liberal em relação aos costumes e subestima o homem rural) são características presentes em “Inocência”, como melhor representante do gênero regionalista.

    Os personagens são aqueles clássicos do romantismo, com as mesmas emoções e o mesmo sentimentalismo só que, adaptados ao quadro regional, deslocados para um cenário diferente, que acaba interferindo em seus destinos.

    O que Taunay e outros autores regionalistas pretendiam era “conquistar o espaço brasileiro”, mostrar histórias de personagens que enfrentam problemas em meio à seca e o latifúndio do nordeste, romances passados nos pampas gaúchos ou críticas à sociedade baiana da zona do Cacau. Isso tudo, na maioria das vezes, sem nem conhecer tais regiões.

    Gonçalves Dias, José de Alencar e Visconde de Taunay escreveram obras diferentes umas das outras, com elementos próprios e técnicas distintas. Ainda assim, todos tinham o mesmo propósito: contribuir com a formação de uma linguagem e de uma cultura brasileira.


ESPAÇO GEOGRÁFICO
O ambiente rústico, rural é focalizado. A atração pelo pitoresco leva o escrito romântico a pôr em evidência tipos humanos que vivem afastados do meio citadino. Isso observamos nos livros: O Cabeleira, de Franklin Távora; O Sertanejo, de José de Alencar; O Garimpeiro, A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães; Inocência, de Visconde de Taunay.

ESTILO

Narrativas que se sucedem em centros afastados da capital imperial, ou seja, histórias que acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos influenciados pela cultura européia. Apesar de José de Alencar narrar seus romances regionalistas com uma incrível fluência e suavidade, as histórias narradas são superficiais devido ao fato de que o autor não viajara para as regiões que descreveu, mas pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente, são romances que procuram ser mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do Brasil independente, o objetivo é fazer propaganda aos próprios brasileiros, expondo a diversidade do país. São Exemplos de romances regionalistas de José de Alencar:

    * O Gaúcho
    * O Sertanejo
    * O Tronco do Ipê
     -O Gaúcho

AUTORES

                                                    José de Alencar


 

José Martiniano de Alencar (Mecejana, 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1877) foi um jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro.

Formou-se em Direito, iniciando-se na atividade literária no Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane. Filho do senador José Martiniano Pereira de Alencar, irmão do diplomata Leonel Martiniano de Alencar, barão de Alencar, e pai de Augusto Cochrane de Alencar.

Características da obra de Alencar

A obra de José de Alencar pode ser dividida em dois grupos distintos

Quanto ao Espaço Geográfico

    * O sertão do Nordeste - O Sertanejo
    * O litoral cearense - Iracema
    * Fogo na babilonia
    * O pampa gaúcho - O Gaúcho
    * A zona rural - Til (interior paulista), O Tronco do Ipê (zona da mata fluminense)
    * A cidade, a sociedade burguesa do Segundo Reinado - Diva, Lucíola, Senhora e os demais romances urbanos.

Quanto a Evoluçao Historica

    * O período pré-cabralino - Ubirajara.
    * A fase de formação da nacionalidade - Iracema e O Guarani.
    * A ocupação do território, a colonização e o sentimento nativista - As Minas de Prata (o bandeirantismo) e Guerra dos Mascates (rebelião colonial).
    * O presente, a vida urbana de seu tempo, a burguesia fluminense do século XIX - os romances urbanos Diva, Lucíola, Senhora e outros.

                                                    O Sertanejo
   O sertanejo é um dos romances (e uma história didaticamente regionalista) do escritor brasileiro José de Alencar. Foi publicado em 1875.

   O romance apresenta uma prosa com personagens característicos do sertão brasileiro. A personagem principal é "Arnaldo", o narrador é o próprio atuor que conta a história do sertanejo, história que se passa no sertão de Quixeramobim, no Ceará. 


Bernardo Guimarães

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães (Ouro Preto, 15 de agosto de 1825 — 10 de março de 1884) foi um romancista e poeta brasileiro, conhecido por ter escrito o livro A Escrava Isaura.
OBRAS
    * Cantos da Solidão (1852)
    * Inspirações da Tarde (1858)
    * O Ermitão de Muquém (1858)
    * A Voz do Pajé (drama – 1860)
    * Poesias Diversas (1865)
    * Evocações (1865)
    * Poesias (volume que reúne as quatro obras de versos anteriores publicadas e mais o poema A Baia de Botafogo – 1865)
    * Lendas e Romances (contos – 1871)
    * O Garimpeiro (romance – 1872)
    * História e Tradições da Província de Minas Gerais (crônicas e novelas – 1872)
    * O Seminarista (romance – 1872)
    * O Índio Afonso (romance – 1872)
    * A Escrava Isaura (romance – 1875)
    * Novas Poesias (1876)
    * Maurício ou Os Paulistas em São João del-Rei (romance – 1877)
    * A Ilha Maldita ou A Filha das Ondas (romance – 1879)
    * O Pão de Ouro (conto – 1879)
    * Folhas de Outono (poesias – 1883)
    * Rosaura, a Enjeitada (romance – 1883)
    * O Bandido do Rio das Mortes (romance terminado em 1905 por Teresa Guimarães, mulher do autor).
    * Dança dos Ossos

 Obras não-publicadas

    * Os Inconfidentes (drama – 1865)
    * Os dois Recrutas (drama – cerca de 1870)
    * As Nereidas de Vila Rica ou As Fadas da Liberdade (drama – cerca de 1870)
    * A Catita Isaura (drama – 1876).
    * A História de Minas Gerais (encomendada pelo imperador D. Pedro II, em 1881).

 Lorbeerkranz.pngAcademia Brasileira de Letras

Bernardo Guimarães foi homenageado como patronato da cadeira 5 da ABL, que teve como fundador Raimundo Correia e na qual tiveram assento figuras exponenciais como Osvaldo Cruz e Rachel de Queiroz.

Nicolas-Antoine Taunay

Nicolas-Antoine Taunay (Paris, 10 de fevereiro de 1755 — Paris, 20 de março de 1830) foi um pintor francês que fez parte da Missão Artística Francesa, chegando ao Brasil em 1816.

Taunay iniciou estudos de pintura em 1768, com François Bernard Lépicié, e depois estudou com Nicolas Guy Brenet e Francisco Casanova. Em 1773 é aluno de Louis David na Escola de Belas Artes de Paris. No período de 1784 a 1787 permaneceu estudando em Roma como pensionista da Academia Real de Pintura. Em 1805 foi escolhido, com outros pintores, para retratar as campanhas de Napoleão na Alemanha.

Com a queda do imperador, Taunay escreve à rainha de Portugal solicitando-lhe o apoio, com o objetivo de serem contratados ele e seus companheiros, por não se sentirem seguros na França devido as persiguições políticas, e viaja com sua família para o Brasil como integrante da Missão Artística Francesa.

Chega ao Rio de Janeiro em 1816 e torna-se pintor pensionista do Reino. Integra o grupo de pintores fundadores da Academia Imperial de Belas Artes, Aiba, e em 1820 é nomeado professor da cadeira de pintura de paisagem da Academia. No ano seguinte, após desentendimentos surgidos pela nomeação do pintor português Henrique José da Silva para a direção da Aiba, retorna à França.

Seu filho Felix-Emile Taunay torna-se professor de pintura de paisagem e posteriormente diretor da Aiba, e Aimé-Adrien Taunay, o mais novo, acompanha como desenhista as expedições de Freycinet e Langsdorff.
 

Franklin Távora

João Franklin da Silveira Távora (Baturité, 13 de janeiro de 1842 — Rio de Janeiro, 18 de agosto de 1888) foi um advogado, jornalista, político, romancista e teatrólogo brasileiro.

Em 1844 transferiu-se com os pais para Pernambuco. Fez preparatórios em Goiana e Recife, em cuja Faculdade de Direito matriculou-se em 1859, formando-se em 1863. Lá viveu até 1874, tendo sido funcionário público, deputado provincial e advogado, com breve intervalo em 1873 no Pará, como secretário de governo. Em 1874, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi funcionário da Secretaria do Império.

Iniciou o romantismo de caráter regionalista no Nordeste. Uma de suas obras mais marcantes é O Cabeleira, romance passado em Pernambuco do século XVIII. Foi crítico ferrenho de outros grandes autores brasileiros, como José de Alencar.

Homenageado pela Academia Brasileira de Letras, é o patrono da cadeira 14, escolhido por Clóvis Beviláqua.
Obras
 Fase literária recifense

    * Trindade maldita (contos, 1861);
    * Os índios do Jaguaribe (romance, 1862);
    * A casa de palha (romance, 1866);
    * Um casamento no arrabalde (romance, 1869);
    * Um mistério de família (drama, 1862);
    * Três lágrimas (drama, 1870).

 Fase carioca

    * Cartas de Semprônio a Cincinato (crítica, 1871);
    * O Cabeleira (romance, 1876); Considerado um de seus melhores livros.
    * O matuto (crônica, 1878);
    * Lourenço (romance, 1878);
    * Lendas e tradições do norte (folclore, 1878);
    * O sacrifício (romance, 1879).
         
Renan Almeida,31
wislan,35

5 comentários:

  1. Parabéns pela postagem. Obrigada, Vera.

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  2. O aluno Renan faltou a aula, hoje, dia 12/07/2011, consequentemente, perdeu a prova de recuperação e as atividades do livro corrigidas em sala de aula. Isso é muita falta de interesse e atenção. Espero mais responsabilidade, obrigada, Vera

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  3. Ajudou muito com o meu trabalho,obrigado

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  4. ajudou muitíssimo no meu trabalho. Obrigada!

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