segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Feira do Conhecimento (O Povo brasileiro)






Fabíola Diniz N° 6
Jéssica Aline N° 13
Mariana Medeiros N° 20
Renan Almeida N° 31
Taianne Carvalho N° 32

Xenifobia





Xenofobia é uma aversão apresentada diante do diferente, um medo excessivo, descontrolado, ao desconhecido, tanto por pessoas quanto por objetos. É um termo utilizado também para se referir a qualquer forma de preconceito, racial, grupal ou cultural. Porém pode causar polêmica sendo confundida com preconceitos e vista como a origem dos mesmos. 

É importante ressaltar que a Xenofobia pode originar aversões que levam ao preconceito, embora nem todo preconceito seja proveniente de uma fobia. 

O principal sintoma da xenofobia é o medo excessivo e desequilibrado do desconhecido, é ocasionado por uma ansiedade provocada depois de um período em que a pessoa é exposta a algum objeto ou pessoa desconhecida. Isso pode fazer com que a pessoa evite situações de risco, temendo ter uma crise de pânico, influenciando diretamente na rotina, nos relacionamentos e nas atividades sociais. 

Essas situações de risco podem provocar angústia, ansiedade, aumento da tensão arterial e da freqüência cardíaca. 

Vista como qualquer fobia, a Xenofobia pode se manifestar de diferentes intensidades, podendo se tornar uma doença psicológica. 
Como doença psicológica, a Xenofobia é incluída no grupo das perturbações fóbicas, sendo uma fobia específica. 

No tratamento da Xenofobia são empregados os métodos da terapia comportamental, onde a pessoa é exposta a uma situação estranha que lhe impulsiona a fobia. 
São aprendidas técnicas para lidar com a ansiedade e angústia sentidas em relação às pessoas desconhecidas. 

Em manifestações mais sérias, são utilizados medicamentos, com o objetivo de diminuir a ansiedade. 

Racismo e xenofobia: aspectos históricos
O racismo surgiu com o próprio surgimento do Homem, a intolerância é algo que desde sempre caracterizou a nossa espécie, assim, longo da história, muitas foram as manifestações de atitudes racistas e xenófobas.
O racismo foi utilizado pelos ricos para manter os trabalhadores divididos para que estes não se unissem e derrubassem o capitalismo.
Segundo esta teoria, o racismo verificou-se com o sistema europeu de classes em que as pessoas apenas tinham peles pigmentadas se trabalhassem no exterior. Os ricos consideravam o trabalho manual o dever dos inferiores e por conseguinte viam qualquer um com as características de trabalhador como pertencendo a um estrato inferior.
Também os gregos fizeram referência ao racismo através de Aristóteles que afirmava: “uma parte dos homens nasceu forte e resistente, destinada expressamente pela natureza para o trabalho duro e forçado. A outra parte – os senhores, nasceu fisicamente débil; contudo, possuidora de dotes artísticos, capacitada e assim para fazer grandes progressos nas ciências filosóficas e outras”
O historiador Heródoto dizia que os gregos consideravam bárbaros os outros povos. Ideologia adoptada por romanos posteriormente.
Em 1510, John Major, um dominicano escocês, declara: “A própria ordem da natureza explica o facto de que alguns homens sejam livres e outros escravos. Esta distinção deveria existir no interesse mesmo daqueles que estão destinados originalmente a comandar ou a obedecer”.
Em 1520, o teólogo Paracelso afirma que os ameríndios não descendem de Adão e Eva.
Em 1772, o Reverendo Thomas Thompson publica a monografia “O comércio dos Escravos Negros na Costa da África de acordo com os Princípios Humanos e com as leis Religiosas Reveladas” onde tenta provar a inferioridade dos africanos.
Em 1852, o Reverendo J. Priest reforça a ideia e publica o trabalho “A Bíblia defende a Escravidão”. Por fim em 1900 Carrol, também protestante expõe a sua obra “Provas Bíblicas e Científicas de que o negro não é membro da Raça Humana”.
A ciência também contribuiu para a ideologia do racismo – em 1758 o botânico sueco Carolus Linaeus cria o sistema de classificação dos seres vivos onde cria o termo técnico – Homo Sapiens – dividindo assim os povos:
    Os vermelhos americanos: despreocupados e livres;
 Os amarelos asiáticos: severos e ambiciosos;
 Os negros africanos: ardilosos e irrefletidos;
 Os brancos europeus: activos, inteligentes e engenhosos.
Na Alemanha, o regime Nazi, liderado por Hitler, defendia a superioridade da raça germânica.
Este regime, bem como o caso da Indonésia relativamente a Timor, ou o caso da gera étnica entre os Hutus e os Tutsis, no Ruanda, fez milhares de mortos.  
Também os descobrimentos portugueses deixaram a sua marca nos aspectos históricos acerca do racismo, pois com a descoberta do Brasil, na altura designado por Terra de Vera Cruz, foi necessário arranjar mão-de-obra que ajudasse a construir a nova colónia e, para isso, os Portugueses “exportaram” populações negras de África para o Brasil, dando inicio ao flagelo da escravatura, visto que muitos povos seguiram o nosso exemplo.
Um outro exemplo histórico acerca do racismo e xenofobia é o Apartheid (vida separada), regime político implantado na África do Sul em 1948.
Segundo este regime, apenas os brancos detinham o poder, os povos restantes eram obrigados a viver separadamente, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos.
Nos Estados Unidos, por volta dos anos 50, havia grande discriminação racial. Martin Luther King, mais tarde eleito Nobel da Paz, ficou célebre pelo seu discurso intitulado “Eu tenho um sonho”, que defendia os direitos iguais para todos, isto é, o fim da discriminação racial.


grupo:
Guilherme pereira  n° 08
Leonardo carvalho n° 15
Liziane jamaira n° 17
Maicom rocha n° 20
realismo/parnasianismo

realismo 

Movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social. O realismo representa uma reação ao subjetivismo do romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao naturalismo. Muitas vezes realismo e naturalismo se confundem. 
Artes Plásticas - A tendência expressa-se sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso das cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês Gustave Courbet (1819-1877). Para ele, a beleza está na verdade. Suas pinturas chocam o público e a crítica, habituados à fantasia romântica. São marcantes suas telas Os Quebradores de Pedra, que mostra operários, e Enterro em Ornans, que retrata o enterro de uma pessoa do povo. Outros dois nomes importantes que seguem a mesma linha são Honoré Daumier (1808-1879) e Jean-François Millet (1814-1875). Também destaca-se Édouard Manet (1832-1883), ligado ao naturalismo e, mais tarde, ao impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que "encara" o espectador.
Literatura - O realismo na Literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance - social, psicológico e de tese - é a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.
Na passagem do romantismo para o realismo misturam-se aspectos das duas tendências. Um dos representantes dessa transição é o escritor e dramaturgo francês Honoré de Balzac (1799-1850), autor do conjunto de romances Comédia Humana. Outros autores importantes são os franceses Stendhal (1783-1842), que escreve O Vermelho e o Negro , e Prosper Merimée (1803-1870), autor de Carmen, além do russo Nikolay Gogol (1809-1852), autor de Almas Mortas.
ImageO marco inicial do realismo na Literatura é o romance Madame Bovary , do francês Gustave Flaubert (1821-1880). Outros autores importantes são o russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), cuja obra-prima é Os Irmãos Karamazov; o português Eça de Queirós (1845-1900), que escreve Os Maias; o russo Leon Tolstói (1828-1910), criador de Anna Karenina e Guerra e Paz; os ingleses Charles Dickens (1812-1870), autor de Oliver Twist, e Thomas Hardy (1840-1928), de Judas, o Obscuro.
A tendência desenvolve-se também no conto. Entre os mais importantes autores destacam-se o russo Tchekhov (1860-1904) e o francês Guy de Maupassant (1850-1893).
Teatro - Com o realismo, problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial. O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor da primeira peça realista, A Dama das Camélias (1852), que trata da prostituição.
Fora da França, um dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Em Casa de Bonecas, por exemplo, trata da situação social da mulher. São importantes também o dramaturgo e escritor russo Gorki (1868-1936), autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann (1862-1946), autor de Os Tecelões.
REALISMO NO BRASIL - No Brasil, o realismo marca mais intensamente a literatura e o teatro.
Artes plásticas -Entre os artistas brasileiros, tem maior expressão o realismo burguês, nascido na França. Em vez de trabalhadores, o que se vê nas telas é o cotidiano da burguesia. Dos seguidores dessa linha se destacam Belmiro de Almeida (1858-1935), autor de Arrufos, que retrata a discussão de um casal, e Almeida Júnior (1850-1899), autor de O Descanso do Modelo. Mais tarde, Almeida Júnior aproxima-se de um realismo mais comprometido com as classes populares, como em Caipira Picando Fumo.
Literatura -O realismo manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance é a principal forma de expressão, tornando-se veículo de crítica a instituições e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.
O realismo atrai vários escritores, alguns antes ligados ao romantismo. O marco é a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que faz uma análise crítica da sociedade da época. Ligados ao regionalismo destacam-se Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892), autor de Dona Guidinha do Poço, e Domingos Olímpio (1860-1906), de Luzia-Homem.
Teatro -Os problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem passa a ser coloquial.
Entre os principais autores estão romancistas realistas, como Machado de Assis, que escreve Quase Ministro, e alguns românticos, como José de Alencar, com O Demônio Familiar, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), com Luxo e Vaidade. Outros nomes de peso são Artur de Azevedo (1855-1908), criador de comédias e operetas como A Capital Federal e O Dote, Quintino Bocaiúva


parnasianismo

CONTEXTO HISTÓRICO

Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo-Naturalismo, estando, portanto, marcado pelos ideais cientificistas e revolucionários do período.
Diz respeito, especialmente, à poesia da época, opondo-se ao subjetivismo e ao descuido com a forma do Romantismo. O nome Parnaso diz respeito à figura mitológica que nomeia uma montanha na Grécia, morada de musas e do deus Apolo, local de inspiração para os poetas. A escola adota uma linguagem mais trabalhada, empregando palavras sofisticadas e incomuns, dispostas na construção de frases, atendendo às necessidades da métrica e ritmo regulares, que dificultam a compreensão, mas que lhes são característicos. Para os parnasianos, a poesia deve pintar objetivamente as coisas sem demonstrar emoção.
A nova tendência toma corpo a partir de 1878, quando nas colunas do Diário do Rio de Janeiro se tenta criar a "Guerra do Parnaso", defendendo o emprego da ciência e da poesia social, sem visar modificar nada, recebendo a alcunha de Idéia Nova. O poeta Alberto de Oliveira deseja o Realismo na poesia, enquanto em São Paulo, Raimundo Correia e alguns colegas criam polêmicas sobre o novo movimento na Revista de Ciências e Letras. Surge a poesia diversificada: poesia científica, socialista e realista. A científica é a única a manter certo rigor e exclusividade. As demais se libertam do Romantismo aos poucos.
Segundo Alfredo Bosi, a obra de Teófilo Dias, Fanfarras (1882) pode ser considerada o primeiro livro parnasiano, contrapondo-se a Alberto de Oliveira que destaca Sonetos e Rimas (1880) de Luís Guimarães Junior, como a primeira manifestação. Contudo, são os poemas da "plêiade parnasiana": Alberto de Oliveira, com Meridionais (1884) e Sonetos e Poemas (1886), Raimundo Correia, com Versos e Versões (1887) e Olavo Bilac, com a primeira edição de Poesias (1888), que apresentam as marcas próprias do movimento, filiado ao Parnasianismo francês, assim denominado, devido à coletânea Parnasse Contemporain, publicada em série (1866,1869 e 1876).

CARACTERÍSTICAS

Os poetas brasileiros tomam como fonte de inspiração os portugueses do século XVIII, destacando, sobretudo, o trabalho de Bocage. Voltam-se, também, para Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antonio Gonzaga. Cultuam a estética do Arcadismo, a correção da linguagem, propiciadora de originalidade e imortalidade, buscando objetividade e impassibilidade diante do objeto, cultivando a forma para atingir a perfeição.
A sintaxe, sob a influência do século XVIII, prima pela devoção à clareza, à lógica e à sonoridade. Os parnasianos evitam as aliterações, homofonias, hiatos, ecos e expressões arrebatadoras, mas apreciam a rima consoante, aplicada sob o jugo de regras rígidas, privilegiando a rima paroxítona, abjurando a interna e exigindo a rima em todas as quadras. Dão ênfase às alternâncias graves, aos versos de rimas paralelas ou intercaladas. Apreciam as metáforas derivadas das lendas e história da Antigüidade Clássica, símbolo do ideal de beleza.
O soneto ressurge juntamente com o verso alexandrino, bem como o trabalho com a chave de ouro e a rima rica. A vida é cantada em toda sua glória, sobressaindo-se a alegria, a sensualidade, o conhecimento do mal. A imaginação é sempre dominada pela realidade objetiva.
O universalismo se sobrepõe ao nacionalismo. Entretanto, o Parnasianismo inicial, ligado à inspiração derivada dos temas históricos de Roma e Grécia, vai se deslocando, aos poucos, para a paisagem brasileira, graças à ação do meio e das tradições poéticas, tendendo à busca da simplicidade clássica. A recorrência ao arcadismo interno e ao português acaba dando ao movimento uma configuração própria. O social perde a força do início, cedendo lugar ao princípio da Arte pela Arte, postulado pelo poeta francês, Théophile Gautier, sem, entretanto, suprimir o subjetivismo. Por isso, os poetas não obedecem com precisão o cientificismo e nem primam pela objetividade, mas se orientam pelo determinismo, pessimismo e sensualidade, prevalecendo, com freqüência, a exigência de precisão, a riqueza de linguagem e a descrição.
parnasianismo é uma estética literária de caráter exclusivamente poético, que reagiu contra os abusos sentimentais dos românticos. A poesia parnasiana voltada para onde há o ideal da perfeição estética e a sublimação da "arte pela arte". Teve como sua primeira obra Fanfarras(1882), de Teófilo Dias. Parnasse (em português, parnaso e daí parnasianismo): origina-se de Parnassus, região montanhosa da Grécia. Segundo a lenda, ali moravam os poetas.
Alguns críticos chegaram a considerar o parnasianismo uma espécie de realismo na poesia. Tal aproximação é suspeita as duas correntes apresentam visões de mundo distintas. O autor realista percebe a crise da ‘síntese burguesa’, já não acredita em nenhum dos valores da classe dominante e a fustiga social e moralmente. Em compensação o autor parnasiano mantém uma soberba indiferença frente aos dramas do cotidiano, isolando-se na "torre de marfim", onde elabora teorias formalistas de acordo com a inconseqüência e o hedonismo das frações burguesas vitoriosas.

CONTEXTO HISTÓRICO

Grandes acontecimentos históricos marcaram a geração dos parnasianos brasileiros.
A abolição da escravatura (1888) coincide com a estréia literária de Olavo Bilac. No ano seguinte houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República.
A transição do séculoXIX para o século XX representou para o Brasil: um período de consolidação das novas instituições republicanas; fim do regime militar e desenvolvimento dos governos civis; restauração das finanças; impulso ao progresso material. Depois das agitações do início da República, o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade econômica. Um ano após a proclamação da República, instalou-se a primeira Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e renuncia ao poder, sendo substituído pelo "Marechal de Ferro", Floriano Peixoto.

CARACTERÍSTICAS

Arte pela arte: Os parnasianos ressuscitam o preceito latino de que a arte é gratuita, que só vale por si própria. Ela não teria nenhum valor utilitário, nenhum tipo de compromisso. Seria auto-suficiente. Justificada apenas por sua beleza formal. Qualquer tipo de investigação do social, referência ao prosaico, interesse pelas coisas comuns a todos os homens seria ‘matéria impura’ a comprometer o texto. Restabelecem, portanto, um esteticismo de fundo conservador que já vigorava na decadência romana. A arte passava apenas a ser um jogo frívolo de espíritos elegantes.
Culto da forma: O resultado imediato dessa visão seria o endeusamento dos processos formais do poema. A verdade de uma obra residiria em sua beleza. E a beleza seria dada pela elaboração formal. Essa mitologia da perfeição formal e, simultaneamente, a impotência dos poetas em alcançá-la de maneira definitiva são o tema do soneto de Olavo Bilac intitulado "Perfeição".
Os parnasianos consideravam como forma a maneira do poema se apresentar, seus aspectos exteriores. A forma seria assim a técnica de construção do poema. Isso constituía uma simplificação primária do fazer poético e do próprio conceito de forma que passava a ser apenas uma fórmula resumida em alguns itens básicos:
  • Metrificação rigorosa
  • Rimas ricas
  • Preferência pelo soneto
  • Objetividade e impassibilidade
  • Descritivismo
Em vários poemas, os parnasianos apresentam suas teorias de escrita e sua obsessão pela "Deusa Forma". "Profissão de Fé", de Olavo Bilac, ilustra essa concepção formalista:
"Invejo ourives quando escrevo
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.(...)
Por isso, corre por servir-me
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel(...)
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim
No verso de ouro engasta a rima
Como um rubim
(...)
Temática greco-romana: Apesar de todo o esforço, os parnasianos não conseguiram articular poemas sem conteúdos e foram obrigados a encontrar um assunto desvinculado do mundo concreto para motivo de suas criações. Escolheram a antigüidade clássica, sua historia e sua mitologia. Assistimos então a centenas de textos que falam de deuses, heróis, personagens históricos, cortesãs, fatos lendários e até mesmo objetos: "
A sesta de Nero", de Olavo Bilac foi considerado, na época, um grande poema:
"Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso,
O palácio imperial de pórfiro luzente
É marmor da Lacônia. O teto caprichoso
Mostra em prata incrustado, o nácar de Oriente.
Nero no trono ebúrneo estende-se indolente
Gemas em profusão no estágulo custoso
De ouro bordado vêem-se. O olhar deslumbra, ardente
Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso.
Formosa ancila canta. A aurilavrada lira
Em suas mãos soluça. Os ares perfumando,
Arde a mirra da Arábia em recendente pira.
Formas quebram, dançando, escravas em coréia.
E Nero dorme e sonha, a fronte reclinando
Nos alvos seios nus da lúbrica Pompéia."

POETAS DO PARNASIANISMO

OLAVO BILAC(1865-1918)

Nasceu no Rio de janeiro, numa família de classe média. Estudou Medicina e depois Direito, sem se formar em nenhum dos cursos. Jornalista, funcionário Público, inspetor escolar, exerceu constantemente atividade nacionalista, realizando pregações cívicas em todo o país. Paralelamente, teve certas veleidades boêmias e foi coroado como "Príncipe dos poetas brasileiros". Obras: Poesia (l888); Tarde (1918). A exemplo de quase todos os parnasianos, Olavo Bilac escreveu poesias com grande habilidade técnica sobre temas greco-romanos. Se jamais abandonou sua meticulosa precisão, acabou destruindo aquela impassibilidade, exigida pela estética parnasiana. Fez numerosas descrições da natureza, ainda dentro do mito da objetividade absoluta, porém os seus melhores textos estão permeados por conotações subjetivas, indicando uma herança romântica. Bilac tratou do amor a parti de dois ângulos distintos: um platônico e outro sensual. A quase totalidade de seus textos amorosos tendem à celebração dos prazeres corpóreos.
"Nua, de pé, solto o cabelo às costas,
Sorri. Na alcova perfumada e quente,
Pela janela, como um rio enorme
Profusamente a luz do meio-dia
Entra e se espalha, palpitante e viva (...)
Como uma vaga preguiçosa e lenta
Vem lhe beijar a pequenina ponta
Do pequenino pé macio e branco
Sobe... Cinge-lhe a perna longamente;
Sobe ... e que volta sensual descreve
Para abranger todo o quadril! - prossegue
Lambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cintura
Morde-lhe os bicos túmidos dos seios
Corre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavo
Da axila, acende-lhe o coral da boca (...)
E aos mornos beijos, às carícias ternas
Da luz, cerrando levemente os cílios
Satânica ... abre um curto sorriso de volúpia."
Em alguns poemas, contudo, o erotismo perde essa vulgaridade, adquirindo força e beleza com em "In extremis". Na hora de uma morte imaginária, o poeta lamenta a perda das coisas concretas e sensuais da existência. Em um conjunto de sonetos intitulado Via-láctea, Bilac nos apresenta uma concepção mais espiritualizada das relações amorosas. O mais recitado desses sonetos acabou ficando conhecido com o nome do livro.
Identificado com o sistema, o autor de Tarde tornou-se um intelectual a serviço dos grupos dirigentes, oferecendo-lhes composições laudatórias. Olavo Bilac sonegou o Brasil real e inventou um Brasil de heróis, transformando feroz bandeirante, como Fernão Dias, em apóstolo da nacionalidade. O caçador de esmeraldas foi uma frustrada tentativa épica:
"Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada
Do outono, quando a terra, em sede requeimada,
Bebera longamente as águas da estação,
Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata,
À frente dos peões filhos da rude mata,
Fernão Dias Paes Leme entrou pelo sertão.
Além disso, cantou os símbolos pátrios, a mata, as estrelas, a "última flor do Lácio", as crianças, os soldados, a bandeira, os dias nacionais, etc.

ALBERTO DE OLIVEIRA (1857-1937)

Nasceu em Saquarema, Rio de Janeiro. Diploma-se em farmácia; inicia o curso de Medicina. Ao lado de Machado de Assis, faz parte ativa na Fundação da Academia de Letras. Foi doutor honoris causa pela Universidade de Buenos Aires. Elegem-no "príncipe dos poetas brasileiros" num concurso promovido pela revista Fon-Fon, para substituir o lugar deixado por Olavo Bilac. Faleceu em Niterói, RJ, em 1937. Obras principais: Canções Românticas(1878); Meridionais(1884); Sonetos e Poemas(1885); Versos e rimas(1895). Foi de todos os parnasianos o que mais permaneceu atado aos mais rigorosos padrões do movimento. Manipulava os procedimentos técnicos de sua escola com precisão, mas essa técnica ressalta ainda mais a pobreza temática, a frieza e a insipidez de uma poesia hoje ilegível.
Tinha como características principais da sua poesia a objetividade, a impassibilidade e correção técnica, a excessiva preocupação formal, sintaxe rebuscada e a fuga ao sentimental e ao piegas. Na poesia de Alberto de Oliveira, portanto, encontramos poemas que reproduzem mecanicamente a natureza e objetos descritivos. Uma poesia sobre coisas inanimadas.
Uma poesia tão morta como os objetos descritos, como vemos no poema Vaso Grego:
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de os deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvaziada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas há de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se de antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.



guilherme pereira gomes n° 15 

Naturalismo/Realismo no Brasil

Naturalismo/Realismo no Brasil
No final da década de 1860, as produções literárias de poetas e prosadores como Castro Alves, Manuel Antonio de Almeida, Franklin Távora, Visconde de Taunay denunciam o fim do Romantismo. Embora na forma elas sigam os moldes românticos, os temas já começam a voltar-se para a realidade político-social. Na célebre Escola de Recife, Sílvio Romero e Tobias Barreto começam a formar o mais importante grupo do movimento realista brasileiro. Filiam-se a princípios e teorias européias ligadas ao Positivismo, ao Evolucionismo e ao Cientificismo e a dissolução da poesia romântica. Sílvio Romero sofre notável influência da filosofia alemã; mantém célebres polêmicas em defesa da obra de Tobias Barreto, contra a de Castro Alves. Quanto á abordagem, o romance realista difere totalmente do romance romântico, pois neste é freqüente a idealização, enquanto que naquele predomina a objetividade. Já quanto à temática, pode-se dizer que alguns dos temas explorados pelos românticos se repetem no Realismo. É o caso, por exemplo, de certas descrições da moral burguesa e da vida urbana, freqüente em José de Alencar, ou na obra O Seminarista, de Bernardo Guimarães, que já desenvolve certos aspectos do determinismo biológico dos naturalistas. Por outro lado, o Realismo não se detém no século XIX; várias manifestações ocorridas no século XX levam-nos a considerá-las como um prolongamento do Realismo, como por exemplo, Raquel de Queiroz, José Lins do Rego, Érico Veríssimo. Estes escritores regionalistas do século XX manifestam em suas obras tendências realistas. A exploração do elemento regional é que, no Brasil, deu forças ao Realismo. A realidade político-social, está presente em autores de diferentes épocas. O romance, o conto, o teatro – gêneros explorados em menor escala pelos românticos – foram cultivados por Machado de Assis, Artur Azevedo, autores com tendências realistas. O tom expositivo e narrativo da maioria desses gêneros antecipou o regionalismo dos modernistas. Panorama histórico-cultural Na segunda metade do século XIX, a sociedade brasileira sofre uma radical transformação. De sociedade agrária, latifundiária, escravocrata e aristocrática passa a ser uma civilização burguesa e urbana. Opera-se uma transformação semelhante no campo da psicologia e da antropologia sociais: ascensão da população mestiça e sua participação nas atividades social, política e intelectual do país. Com a fundação da Academia Brasileira de Letras (1897) e com o processo de oficialização da literatura, o escritor (antes marginalizado) passa a ser prestigiado e começa a participar da vida social; sua obra recebe um acatamento antes inexistente. De 1864 a 1870, desencadeia-se o maior conflito armado da América do Sul – a Guerra do Paraguai – com sérias conseqüências para os países nela envolvidos: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. No ano em que termina essa guerra, é fundado o Partido Republicano e há o enfraquecimento da Monarquia. A partir de 1850, intensifica-se a campanha a favor da abolição dos escravos. É assinada a Lei Áurea (1888) e, então, a realidade brasileira, no setor econômico, sofre uma violenta mudança. A mão-de-obra do escravo é substituída por imigrantes europeus assalariados para o trabalho da lavoura cafeeira.

Marco Inicial
Publicação dos livros O Mulato (1º romance naturalista), de Aluísio Azevedo e Memórias Póstumas de Brás Cubas (1º romance realista), de Machado de Assis em 1881.
Referências históricas
Contexto sócio-político da época:
  • teorias de nova interpretação da realidade - Positivismo, Socialismo Científico e Evolucionismo
  • no Brasil, campanha abolicionista a partir de 1850 que culmina com a Lei Áurea em 1888
  • fundação do Partido Republicano nacional após a Guerra do Paraguai
  • decadência da monarquia brasileira
  • fim da mão-de-obra escrava e sua substituição por trabalho assalariado
  • imigrantes europeus para a lavoura cafeeira
  • economia mais voltada para o mercado externo, sem colonialismo
Características
As características do realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico e às novas formas de pensamento:
  • objetivismo = negação do subjetivismo romântico, homem volta-se para fora, o não-eu
  • universalismo substitui o personalismo anterior
  • materialismo que leva à negação do sentimentalismo e da metafísica
  • autores são antimonárquicos e defendem os ideais republicanos
  • nacionalismo e volta ao passado histórico são deixados de lado para enfatizar o presente, o contemporâneo
  • determinismo influenciando o homem e a obra de arte por 3 fatores: meio, momento e raça (hereditariedade)
O Romance realista propriamente dito, no Brasil, foi mais bem cultivado por Machado de Assis. Narrativa preocupada com análises psicológicas dos personagens e fazendo críticas à sociedade a partir do comportamento desses personagens.

Autores

Raul Pompéia

De infância rica e reclusa, teve experiências em colégio interno, onde recebeu influências para escrever O Ateneu. Publicou seu primeiro livro ainda bem jovem, que muito aclamado pela crítica da época. Mais tarde estudou Direito, colaborando também com jornais e revistas.
Era abolicionista e republicano, leva vida agitada com polêmicas, inimizades e crises depressivas. Muito sensível, este professor, político, jornalista, escritor e polemista se suicidou no Natal de 1895, abandonado pelos amigos, caluniado e humilhado na imprensa. Foi um escritor que não se pode enquadrar em único estilo, tendo influências naturalistas, realistas, expressionistas e impressionistas.
Sua obra de maior importância é O Ateneu, que tem algum caráter autobiográfico e garantiu ao autor lugar entre os maiores romancistas brasileiros. Nas passagens a seguir, note a linguagem rebuscada que o autor usa.

"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta."


--O Ateneu

"Falavam do incendiário. Imóvel! Contavam que não se achava a senhora. Imóvel! A própria senhora com quem ele contava para o jardim de crianças! Dor veneranda! Indiferença suprema dos sofrimentos excepcionais! Majestade inerte do cedro fulminado! Ele pertencia ao monopólio da mágoa. O Ateneu devastado! O seu trabalho perdido, a conquista inapreciável de seus esforços!... Em paz!... Não era um homem aquilo; era um de profundis."


--O Ateneu
Obras Principais:
  • Uma Tragédia no Amazonas (1880) - seu 1º romance
  • O Ateneu (1888)
  • As Jóias da Coroa (1888) – anti monarquista, é publicado sob a forma de folhetins na Gazeta de Notícias
  • Canções sem Metro (1900) - poesia
Sobre O Ateneu: narrativa de confissão, espécie de regresso psicanalítico, onde o personagem principal redesenha pela memória os fantasmas da adolescência vivida num colégio interno. Apresenta problemas como a má direção, comportamentos equivocados de professores, violação da pureza, explosão libidinosa da adolescência etc.

Aluísio de Azevedo

Tem por formação o desenho e a pintura, só mais tarde torna-se escritor profissional. Envolveu-se na política maranhense, fundou jornais e publicou o primeiro livro naturalista brasileiro, O Mulato, que foi muito mal recebido em sua província natal. Foi o primeiro escritor brasileiro a ter a literatura exclusivamente como profissão. Sua obra variou em qualidade, tendo feito alguns dramalhões românticos que considerava de má qualidade - que chamava “comerciais” - e obras naturalistas de relevância - junto com outras de nem tanta relevância ou qualidade. A divisão de sua obra não representa fases, pois os romances românticos eram alternados com os naturalistas. Mais tarde se desgostou da literatura e ingressou no serviço público. Foi membro da ABL.
Confere aos pequenos agrupamentos humanos vida própria. Seus protagonistas vão se degradando social e moralmente por força da opressão social ou, ainda, por força do determinismo das leis naturais (cientificismo). As tragédias são comuns em seus romances, mas estas vêm da fatalidade.
O que se segue são passagens de suas obras mais famosas e importantes, as naturalistas O Mulato, O Cortiço e Casa de Pensão.

"Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado."


--O Cortiço

"Sua pequena testa, curta e sem espinhas, margeada de cabelos crescendo, não denunciava o que naquela cabeça havia de voluptuoso e ruim. Seu todo acanhado, fraco e modesto, não deixava transparecer a brutalidade daquele temperamento cálido e desensofrido."


--Casa de Pensão


"Então, fechou novamente os olhos estremecendo, esticou o corpo - e uma palavra doce esvoaçou-lhe nos lábios entreabertos, como um fraco e lamentoso apelo de criança: - Mamãe!... E morreu."


--Casa de Pensão

Obras Principais:
  • Uma Lágrima de Mulher (1879), O Mulato (1881), Memórias de um Condenado (1882), Mistério da Tijuca (1882), Casa de Pensão (1884), Filomena Borges (1884), O Coruja (1885), O Homem (1887), O Cortiço (1890), A Mortalha de Alzira (1894), Livro de uma Sogra (1895) - romances
  • Demônios (1893) e Pegadas (1897) - contos
  • A Flor de Lis (1882), Casa de Orates (1882), Fritzmac (1889), Os Doidos (1879), O Esqueleto (1890), A República (1890), Um Caso de Adultério (1891), Em Flagrante (1891), Venenos que Curam (1886), O Caboclo (1886) - teatro
  • O Touro Negro (1898) - crônica

Adolfo Caminha

Talvez o mais audaz dos naturalistas brasileiros. Viaja pela Marinha e, no Ceará, ajuda a fundar o Centro Republicano além de participar da vida intelectual da cidade. É envolvido num escândalo de adultério e é expulso da Armada. Retira-se da vida social, mas continua a participar da vida literária. Em 1891 muda-se para o RJ, onde se dedica ao jornalismo e literatura, escrevendo algumas das obras-primas do Naturalismo como A Normalista e Bom-Crioulo.
A Normalista é a história chocante de um incesto em que a personagem principal é seduzida pelo padrinho. Já O Bom Crioulo trata das minorias sexuais condicionadas pelo ambiente. O personagem Amaro, O Bom Crioulo, se envolve amorosamente com um jovem grumete, que acaba sendo seduzido por uma portuguesa. A descoberta da traição leva Amaro a assassinar seu amante.

"Seguia-se o terceiro preso, um latagão de negro, muito alto e corpulento, figura colossal de cafre, desafiando, com um formidável sistema de músculos , a morbidez patológica de toda uma geração decadente e enervada, e cuja presença ali, naquela ocasião, despertava grande interesse e viva curiosidade: era o Amaro, gajeiro da proa, - o Bom-Crioulo na gíria de bordo."
"Aleixo passava nos braços de dois marinheiros, levado como um fardo, o corpo mole, a cabeça pendida para trás, roxo, os olhos imóveis, a boca entreaberta. O azul-escuro da camisa e a calça branca tinham grandes nódoas vermelhas. O pescoço estava envolvido num chumaço de panos. Os braços caíam-lhe, sem vida, inertes, bambos, numa frouxidão de membros mutilados."


--Fragmentos de O Bom Crioulo
Obras Principais:
  • A Normalista (1892), Bom Crioulo (1895), A Tentação (1896) - romances
  • Judith (1893), Lágrimas de um Crente (1893) - contos
  • Vôos Incertos (1855-6) - poesia
  • Cartas Literárias (1895) - crítica
  • No País dos Ianques (1894) - crônica

Domingos Olímpio

Escritor naturalista, foi um dos poucos e um dos últimos de sua escola. Formado em Direito, voltou ao Ceará para exercer o jornalismo como abolicionista e republicano. Forçado pela situação política (era político de oposição) mudou-se para o Pará. Já no Rio, publica sua principal obra, Luzia-Homem, e passa a escrever sob o pseudônimo de "Pojucan" na recém-fundada Os Anais, falecendo 3 anos depois. Em algumas passagens Luzia-Homem faz lembrar Vidas Secas de Graciliano Ramos.
Luzia-Homem tematiza a violência e o sadismo que florescem como literatura naturalista. Há nuances de Romantismo na morosidade da descrição das paisagens, onde a natureza, às vezes, é madrasta principalmente por causa da seca. Explora a duplicidade da personagem principal, ela é bonita, gentil e retirante da seca, mas também tem força descomunal.

"Sob os músculos poderosos de Luzia-Homem estava a mulher tímida e frágil, afogada no sofrimento que não transbordava em pranto, e só irradiava , em chispas fulvas, nos grandes olhos de luminosa treva."
"Raulino recuou, cortado de terror, ante o cadáver; e, num turbilhão de cólera, rugiu arrepiado, apertando os dentes, e, com uns gestos, que eram crispações medonhas de fera, esquadrinhou o terreno, buscando e rebuscando o criminoso."


--trechos de Luzia-Homem
Obras Principais:
  • Luzia-Homem (1903)
  • O Almorante (Anais, Rio, 1904-06)









O Mulato

Aluísio Azevedo publicou O Mulato, obra inaugural do Realismo/Naturalismo no país, em 1881 – mesmo ano em que Machado de Assis inaugurava o Realismo nas letras brasileiras com Memórias Póstumas de Brás Cubas.Em seu segundo romance, o escritor maranhense faz uma impiedosa crítica social a partir da sátira de personagens típicas de São Luís, capital da então Província do Maranhão. Os comerciantes grosseiros, as senhoras de escravos sádicas, as velhas beatas e fofoqueiras e o padre sedutor, maquiavélico e assassino são alguns exemplos de uma sociedade apodrecida e racista. Ao inspirar-se em pessoas de São Luís que, de fato, conhecia, Azevedo despertou raiva da sociedade maranhense e, embora louvado por críticos do Rio de Janeiro,teve de sair da sua cidade natal temendo maiores represálias. No anti clericalismo evidente da obra, há ecos de O Crime do Padre Amaro (1875), de Eça de Queirós,até então o maior expoente do Naturalismo em Língua Portuguesa. Mesmo assim,a obra ainda apresenta alguns resíduos românticos.
Na reta final da campanha abolicionista, Aluísio Azevedo idealiza a figura do mulato Raimundo, que pouco retém, na pele, as suas origens negras e é “moralmente impecável”. Além disso, a trama central do romance repete oestereótipo romântico do amor que luta contra o preconceito e as proibições familiares.






Leonardo carvalho  n°15